Zabé da Loca foi tocar pífano no céu aos 93 anos

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Morreu na manhã deste sábado (5), aos 93 anos, a pernambucana Isabel Marques da Silva, conhecida como Zabé da Loca, na cidade de Monteiro, a 305 km de João Pessoa. Ela ficou conhecida não só por tocar pífano, como também por morar durante 25 anos em uma gruta na Zona Rural da cidade. Comente no fim da matéria.
Nascida em Buíque (PE), Zabé da Loca era pifeira conhecida em todo o Brasil e chegou a gravar discos em 2003 e 2008, sendo condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, e eleita ‘Revelação da Música Brasileira’ no Prêmio de Música Brasileira.
O apelido dela foi dado justamente por causa do tempo que passou na gruta, uma ‘loca’, onde era cercada não só de pedras, mas também de duas paredes de taipa. Ela teve morte natural.
O velório de Zabé ocorre a partir das 13h deste sábado (5), no Memorial Zabé da Loca, no Sítio Tungão, na fazenda Santa Catarina, em Monteiro, e o sepultamento está previsto para acontecer neste domingo (6), às 10h, no cemitério municipal.
 

Uma mulher de força
A jornalista Val Costa, ativista cultural, postou nas redes sociais um emocionado texto sobre a Zabé, afirmando que ela é uma “grande rocha”, se dizendo impressionada com o vigor a força dessa mulher.
Ler texto:
Eu não sei em que tempo conheci Zabé. Talvez, nos tempos em que acreditava em anjos. Quando a vi tão minúscula no tamanho e tão grande na arte, pensei que estava em contato com uma anja mesmo.
Seu Espedito de Mocinha fala que Zabé foi um ser ingênuo, que nunca fez ou sentiu maldade. Dos “sopros universais”, trabalho da amiga Fernanda Souza, para sua cozinha fazer um café quentinho, Zabé foi uma grande rocha, tão matacão quanto às pedras que rodeiam o sítio Tungão, onde ela viveu mais de 20 anos. Como a natureza, forte e sobressaltada. Fiquei, como todos, impressionada.
A pifeira do Cariri não vai mais tocar nem contar suas histórias engraçadas. A mulher branca, de olhos azuis, que vivia como os índios, numa Loca e quase sem contato com a civilização era um exemplo de positividade. “Não tem tempo ruim para Zabé da Loca”, enfatizou Seu Espedito.
A artista das pedras, o talento que foi burilado pelos sons naturais, não está mais aqui conosco. Mas sua música, seu legado aos mais jovens moradores da Fazenda Santa Catarina e do mundo foi a arte. A arte de viver e tocar, apenas. Força, Josivane, a companheira inseparável de Zabe Da Loka da Loka.
Redação com Portal Correio da Paraíba

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