Parcerias Público-Privadas: Construindo uma Governança Inovadora e Sustentável

Regina Amorim

O Fórum Turistech terá início nesta terça-feira (24), no auditório do SEBRAE, em Natal – RN. Fiz parte do painel sobre “Parcerias Público-Privadas no Turismo: Construindo uma Governança Inovadora e Sustentável”.
Não é fácil construir uma governança inovadora e sustentável, mas também não é impossível. A vida é um projeto individual onde cada um constrói a sua própria história, seguindo um propósito de vida.
Por isso, quando vamos atuar no território é preciso viver um processo de imersão, de empatia, confiança, segurança e credibilidade, para descobrir os sonhos coletivos, as lideranças inspiradoras e as articulações inteligentes, que transitam naturalmente, que conhecem as pessoas e sabem sobre diversos assuntos afins.
Portanto, governança local e participação social são atributos do desenvolvimento territorial. A construção de uma governança inovadora e sustentável está focada no espírito empreendedor, na formação de alianças estratégicas comprometidas com o desenvolvimento, e que estimulam o território a buscar cada vez mais competitividade, sustentabilidade e flexibilidade, ou seja, o desenvolvimento endógeno.
Quanto menor a distância entre setor público e privado, maior é a capacidade de governança, pois o território inteligente é aquele baseado em alianças estratégicas e em relações de cooperação, onde o todo é maior que a soma das partes.
Por isso, todo desenvolvimento local começa pelo protagonismo local, onde os agentes locais se reconhecem como sujeitos do seu próprio destino e como atores locais.
Uma governança regional eficaz, aumenta a eficiência de resposta aos problemas colocados pela sociedade e possibilita a execução de projetos de desenvolvimento, com objetivos comuns. Também contribui para a união entre os municípios, possibilitando resolver problemas e executar ações de interesse coletivo.
O Fórum de Turismo do Brejo já vem atuando em rede, unindo municípios com projetos tais como: Caminhos do Frio, que envolve nove municípios e o projeto da Rota Raízes do Brejo, onde estão inseridos oito municípios.
São exemplos de governança, os conselhos, fóruns, associações, cuja administração participativa, envolve a população local, na elaboração, monitoramento e até execução de políticas públicas, em nível estadual, regional e municipal.
Para isso é imprescindível a participação efetiva das entidades governamentais, empresariais e do terceiro setor. Além de terem assento na instância de governança, devem participar, de fato, das suas reuniões e atividades. Hoje temos a participação de prefeitos da região do Brejo paraibano, nas reuniões do Fórum de Turismo do Brejo, bem como dos projetos da região. As instâncias que funcionam bem são reconhecidas como protagonistas do desenvolvimento do turismo no seu território.
Outro exemplo na região do Brejo paraibano é a parceria entre a Rota dos Ateliês de João Pessoa e a Rota Gastronômica do Brejo, com exposições de artes plásticas em alguns restaurantes da cidade de Areia, ou seja, são redes empresariais unidas por objetivos comuns e gerando resultados positivos.
As redes de cooperação e reciprocidade que possuem elevados níveis de confiança estão mais capacitadas para a inovação e adaptadas ao desenvolvimento. A inovação tecnológica impulsiona o desenvolvimento das forças produtivas e atua diretamente na difusão do crescimento econômico. Todas as inovações pressupõem mudança.
É preciso que a governança também contribua para desenvolver o capital social e crie condições sociais necessárias para uma atividade econômica e uma política eficaz.
Região dotada de capital social e capital humano, conhecimentos, pesquisa, informações e instituições, tem melhores condições de atingir um desenvolvimento regional.
E por fim, a instância de governança do turismo pode se constituir como base para o desenvolvimento sustentável nos territórios. Temas como acessibilidade e inclusão social, deverão ser prioritários para o fomento à oferta turística dos municípios. É preciso existir equilíbrio nas relações entre desenvolvimento econômico, social, cultural, político e ambiental, para se elaborar as estratégias de desenvolvimento sustentável.
SEBRAE da Paraíba criou o curso Formação de Empreendedores em Visão Territorial Sustentável, com o objetivo de alinhar o conhecimento sobre território, em todas as dimensões necessárias, para que os gestores públicos e empresários, possam cada vez mais, firmar as parcerias público-privadas, e construir uma governança inovadora e sustentável.
Regina Medeiros Amorim
Mestre em Visão Territorial e Sustentável do Desenvolvimento,
Pós-graduada em Gestão e Marketing do Turismo,
Gestora de Turismo do SEBRAE – Paraíba.

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