Trens podem parar de funcionar em João Pessoa e mais quatro cidades

Paraíba

Os metrôs de Recife, Belo Horizonte, Maceió, João Pessoa e Natal, as cinco capitais brasileiras operadas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), podem parar de funcionar até o final do mês se o Orçamento de 2018 para o setor não for revisto.
Foi o que disse nesta quarta-feira (4) o diretor-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, José Marques de Lima, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR). Cerca de 600 mil pessoas seriam prejudicadas diariamente.
O orçamento para os metrôs e veículos leves sobre trilhos (VLTs) das cinco praças – quatro no Nordeste e uma no Sudeste do país -, que no ano passado foi de R$ 265 milhões, caiu para R$ 142 milhões em 2018 (46,42%), para atender à política de corte de gastos prevista na Emenda Constitucional 95.
Somente na Paraíba, os trens/metrôs atendem quatro cidades (João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita), atendendo uma população de 1.001.485 de usuários. Foram transportados nos últimos 5 anos 139,9 milhões passageiros, com uma média de 10 mil por dia útil.
Marques de Lima observou que se chegou a cogitar no início do ano reduzir o número de viagens e de trens em circulação, mas nova avaliação de técnicos da CBTU aponta que seria impossível manter o sistema em funcionamento sem o reforço do orçamento.
“Esse corte no orçamento da CBTU não reduz viagens. Na situação em que se encontra hoje, nós não operamos mais. O sistema simplesmente para de funcionar. Se o orçamento não for reposto, o sistema para”, alertou o diretor.
O coordenador-geral de Orçamento do Ministério das Cidades, Octávio Luiz Bitencourt, reforçou que a pasta já solicitou aos ministérios das áreas econômicas um crédito de R$ 122 milhões para a CBTU, de forma a recompor o orçamento e garantir ao menos o que foi gasto no ano passado para manter trens e metrôs em operação. Caso isso não ocorra, o sistema pode parar de funcionar em julho, segundo Bitencourt.
“O ministro das Cidades [Alexandre Baldy] fez a solicitação, mas depende dos ministérios da área econômica. Estamos negociando. O ministro tem conversado com o ministro do Planejamento. Temos feito várias reuniões com a Secretaria de Orçamento Federal”, relatou.
Mas Marques de Lima avalia que a paralisação pode acontecer antes. Segundo ele, contratos de energia, folha de pagamento dos funcionários e outras despesas inviabilizam a continuidade da prestação dos serviços caso não haja uma recomposição imediata. “Com essa redução que nós sofremos, teríamos que paralisar o sistema em abril já”, lamentou.

Redação com Agência Senado