Trade não indicará nomes para Embratur e Ministério do Turismo

Abav Expo 2018

O movimento pró-turismo, encabeçado pelos principais dirigentes do segmento empresarial do Brasil, já prepara uma segunda rodada de entrega de documento com uma série de reivindicações e estatísticas sobre toda a cadeia produtiva do turismo e a importância dela para a geração de emprego e renda.
De acordo com a presidente da Braztoa, Magda Nassar, assim que terminar o primeiro turno da eleição, as entidades voltarão a manter contato com os dois candidatos que forem para o segundo turno da disputa pela presidência, muito provavelmente, como as pesquisas indicam, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Magda Nassar disse que os empresários não pretendem, em hipótese alguma, interferir nos nomes dos futuros gestores a serem indicados para assumir os cargos como os de presidente da Embratur ou ministro do Turismo. Longe disso. Segundo ela, o setor privado não pode interferir no setor público nesse sentido, e sim buscar diálogo para que os gestores sejam pessoas comprometidas com o segmento.
Apesar de rejeitar qualquer interferência nos nomes, o presidente da Abav nacional (Associação Brasileira das Agências de Viagens), Geraldo Rocha, reforçou as críticas que os empresários depositam nas indicações que vem sendo feitas ao longo dos anos. “Indicações políticas (para esses cargos) são um drama para a gente”, lamentou Rocha.
A descontinuidade dos projetos e a falta de informações e conhecimento da área são os principais fatores que atrasam o crescimento das atividades turísticas, na opinião de Rocha. “Eles (os indicados) têm que perguntar o que a gente precisa e não o que eles querem”, pontuou o presidente da Abav.
Para tentar reduzir os complicadores com algumas decisões equivocadas ou mesmo projetos que travam as atividades turísticas, o presidente da CLIA Brasil, Marco Ferraz, disse que as entidades contrataram um assessor político (Flávio Perasso) para atuar nos gabinetes e corredores do Congresso Nacional. Sua missão, tentar barrar ou alterar um ou outro projeto que não tragam qualquer contribuição para o segmento.
O assessor político também atua no acompanhamento dos projetos em tramitação e conversa diretamente com os parlamentares e assessores jurídicos, seja no Senado ou na Câmara Federal. De acordo com Ferraz, essa ação tem trazido alguns ganhos para o setor, principalmente, no destravamento de projetos que ‘dormem’ nas comissões sem discussão.
Entre as principais reivindicações dos empresários do setor estão maior abertura do mercado; redução de impostos e maior flexibilização das atividades. Segundo o presidente da Abav, o Governo não precisa cobrar imposto para o Turismo. “O Governo é sócio e não ajuda em nada. Deixa a gente trabalhar sossegado”, desabafou Rocha.
Fábio Cardoso