Manutenção do Ministério do Turismo não foi surpresa para atual ministro

Brasil

A manutenção do Ministério do Turismo pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, parece que não pegou de surpresa o atual ministério Vinícius Lummertz. Em entrevista exclusiva ao Turismo em Foco, há duas semanas, o ministro já deixava transparecer de que não haveria mudança, até porque ele participa do processo de transição de governos.

O processo de transição, segundo Lummertz, faz parte de uma etapa onde o novo governo colhe experiência e, na área do turismo existe um “conhecimento acumulado de 13 anos do Ministério do Turismo e 50 anos da Embratur. O trade também está conversando para que se tenha entendimento do que é o melhor modelo do nosso ponto de vista, mas a decisão é do governo eleito, que foi abalizado nas urnas e deverá ser respeitada e nós torcemos para que qualquer forma que for opção de se fazer seja central na estratégia do nosso País”, disse na oportunidade.

O ministro do Turismo se apegava aos discursos e entrevistas de Bolsonaro para acreditar na manutenção da Pasta no governo dele, “Pelas prioridades dadas no primeiro discurso do presidente eleito, ele foi de um grau muito alto, voluntário, e acho que se deve muito ele morar no Rio de Janeiro e saber que é uma cidade maravilhosa e que fez investimentos que podem ser a redenção da cidade. E aí ele tem levantado corretamente que precisa ser enfatizado o turismo, passando também pela segurança, que é central no Turismo.”

“Pelo que tenho visto e ouvido, inclusive, da área econômica, como do futuro ministro Paulo Guedes, é nessa direção, a direção que nós também defendemos, que é um melhor ambiente de negócios para investimento, porque a demanda de investimento no Brasil é acumulada, represada. Nós temos centenas de bilhões de reais e, se nós simplificarmos as regras e elas forem válidas e sólidas e isso está muito claro no discurso do presidente eleito e na equipe econômicaestá bem transparente e caminha ao lado de uma tendência mundial. É a trilha que mundo está caminhando, que é a trilha dos empregos.”

Entretanto, Lummertz enfatizou que o país não pode pensar ‘falsamente’ no crescimento sem fazer investimentos no turismo. Segundo ele, no custo Brasil, “o Turismo será um dínamo na economia brasileira. É uma tendência mundial as pessoas quererem novas experiências a mais do que as posses. As pessoas estão se realizando com as experiências de viagens. Isso ajuda a gastronomia, agricultura, as indústrias, a exemplo de Gramado (RS), que alavancou a indústria da hotelaria, a indústria da construção civil, a indústria moveleira, a indústria do vestuário, então, o Turismo faz com que todas essas áreas caminhem juntas, se completando.”

Na opinião do ministro, o Turismo é central na estratégia do nosso País. “Poderá ser central, ser um elemento propulsor da economia brasileira como é em outros países, e que já vem sendo no país. Saímos de R$ 200 bilhões em 2013, e hoje temos R$ 600 bilhões, multiplicando em três vezes em reais. Empregamos 8 milhões de pessoas de forma direta e indireta; na direta, foram 3,7 milhões. Podemos gerar mais de dois milhões de empregos em três ou quatro anos, é só libertar o Turismo”.

Para Lummertz, para que essa trajetória continue, é preciso que se larguem as amarras, “essa burocracia infernal, que é a pior do Planeta. Pensa no mundo inteiro, escolhe um país, é o nosso, porque em 136 países pesquisados, nós somos o 126 pior para fazer negócios. Uma disputa com Botsuana (África), o que você acha… Isso precisa mudar, porque aí teremos investimentos, que serão feitos por empresas brasileiras que estão aqui, mas é preciso ter segurança jurídica, precisa ter balizamento, porque o potencial está aqui, nos parques naturais, nos parques temáticos, nas cidades históricas, nas marinas, nos portos, tudo isso pode ser construído e vem sendo, multiplicado por três em poucos anos, mas que pode ser multiplicado por muito mais vezes como em resorts.”

O ministro do Turismo citou o Japão como um país que se renova a cada momento. “O Japão, que é um país budista, país tecnológico, está optando por investir seis bilhões de dólares em resorts, porque, mesmo um país avançado, já descobriu que a tecnologia reformula a lógica do emprego para menos emprego, como aconteceu na agricultura, na indústria, mas o emprego pode ser gerado onde (?), em serviços, e nos serviços nos somos os beques-centrais, nós somos os craques dos serviços e a tecnologia para nós gera empregos, com os vistos eletrônicos, as empresas de vendas online geram empregos, compartilhamento de todo tipo de atividades gera empregos. As pessoas se movimentam mais, com maior rapidez, o custo unitário baixa e aí gera-se produtividade, temos uma demanda maior por viagens. Tudo indica que o Turismo pode ser libertário da economia brasileira.”

Fábio Cardoso

 

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