Paraíba tem roteiros além de sol e mar

Paraíba

A Paraíba possui produtos turísticos no interior tão bons quanto os do litoral. É o que afirma a gestora de turismo do Sebrae, Regina Medeiros. De acordo com o ex-secretário de Turismo e Desenvolvimento, Zenildo Rodrigues, o Governo do Estado sempre tenta mostrar que o turismo na Paraíba vai além do sol e mar. Os números, entretanto, ainda são pouco animadores. De acordo com pesquisa da Fecomércio realizada entre o final do ano passado e o início deste ano, apenas 11,08% dos turistas que visitam João Pessoa aproveitam para conhecer cidades do interior.

Para Regina Medeiros, o que falta é principalmente divulgação dos roteiros turísticos “com profissionais de marketing de destinos bem articulados, para fazer um planejamento com metas ousadas, ocupando todos os espaços adequados da mídia digital com a marca do destino, a exemplo do que acontece hoje com o Peru, Portugal e outros”.

“Temos que nos inspirar pelos melhores, pois o atual perfil do turista não é mais o mesmo. Portanto, não devemos continuar fazendo o que sempre se fez. Se assim for, os resultados serão os mesmos”, acrescentou.Outro fator importante, segundo ela, é que só se vende o que se conhece.


“São poucos os profissionais da iniciativa pública e privada que se dão a oportunidade de viajar pela Paraíba, com o olhar do turista. É preciso quebrar esse paradigma”, comentou. Regina Amorim

Já para Zenildo Rodrigues, a Paraíba tem tudo para promover o turismo, mas precisa de investimento. “Nossa capacidade hoteleira está acima de 80%, conseguimos um voo internacional. O que nós precisamos é investimento, e é isso que o Prodetur pode fazer, porque nós somos um estado pobre. Então é importante que o Governo Federal, que detém os recursos para a área, acredite no setor, porque nós acreditamos”, disse.

Apesar de o secretário afirmar que é do interesse do governo a interiorização do turismo na Paraíba, o interior ficou de fora do Prodetur+Turismo, que deve garantir R$ 283 milhões para infraestrutura em turismo no estado. Isso porque, para receber o selo, era necessário trabalhar dentro de um projeto já existente, e o que havia só contemplava o litoral, conforme explicou Zenildo. “Temos nove fóruns dentro do turismo da Paraíba. O selo atende um, mas dentro do eixão teremos recursos para os outros polos”, disse.

Pontos fortes


Vale dos Dinossauros, em Sousa, é o maior produto turístico da Paraíba

Zenildo também destacou os excelentes produtos turísticos do interior do estado. “Para mim, o Vale dos Dinossauros, em Sousa, é o maior produto turístico do nosso estado, depois do Polo Turístico do Cabo Branco. É um tema que desperta curiosidade, que atrai jovens, crianças, e é o único lugar do mundo em que essas pegadas podem se vistas a olho nu, comprovando a existência daqueles animais”, destacou.

O Parque Estadual Arqueológico Itacoatiaras do Ingá, com os registros de arte rupestre na pedra do Ingá, agreste paraibano; o Parque Estadual da Pedra da Boca, que atrai para o turismo de esporte e aventura, em Araruna, também no agreste, e o turismo do brejo foram outros destaques citados pelo secretário.

Regina Medeiros destacou que o destino turístico Paraíba é rico em diversidade cultural, experiências e singularidades. “Já temos mais de 20 municípios que podem receber turistas, com hospedagem e gastronomia de boa qualidade. A viagem terrestre é sempre por rodovias e paisagens que agregam valor ao passeio e favorecem o turismo pela curta distância a percorrer”, afirmou.

Ela ressaltou ainda que é possível o turista que está hospedado em João Pessoa ou Campina Grande, passar um dia em Areia ou Bananeiras, passando por Alagoa Grande, Remígio, Monteiro, Cabaceiras, Boqueirão, semelhante ao que já se faz, para visitar as praias de Conde e Pitimbu.

De acordo com Regina, a região do Brejo paraibano já dispõe de aproximadamente 1.500 leitos. Nas praias de Conde, são 4.900 leitos, na região do Cariri paraibano, cerca de 1.200 leitos. Na Rota Gastronômica do Brejo, estão inseridas 15 empresas de alimentação fora do lar, dos municípios de Areia e Bananeiras, com sinalização e qualificação em atendimento e segurança alimentar.

“Independente dos destinos indutores da Paraíba, existe uma demanda muito forte e específica do estado do Rio Grande do Norte para o interior da Paraíba, principalmente para a região do Brejo. São mais de oito agências de receptivo que faz o turismo rural, cultural, ecoturismo e aventura, para o Brejo e Cariri paraibanos”, contou.

Destino Paraíba

Bruno Mesquita afirma que agências de receptivo têm vendido pacotes para os roteiros pelo interior da Paraíba.

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens na Paraíba (Abav-PB), Bruno Mesquita, explicou que a maior parte das agências de turismo do estado são emissivas, ou seja, elas vendem pacotes para fora da Paraíba. Algumas, no entanto, também são receptivas, vendendo o destino Paraíba em outros estados e regiões do país, e também internacionalmente.

Segundo ele, os pontos fortes na hora de vender esse destino é que João Pessoa é uma cidade pacata, propícia para viagens em família, e com custo baixo em relação às capitais vizinhas como Recife (PE) e Natal (RN). “Inclusive tem gente que usa João Pessoa como base para sair conhecendo esses estados vizinhos, porque temos hospedagem e alimentação mais barata”, afirmou.

Ele elogiou a criação do primeiro voo internacional do estado, oriundo de Buenos Aires, na Argentina. “Temos conseguido trazer muitos turistas argentinos para cá”, contou. Por outro lado, a escassez de voos faz com que as passagens aéreas para a Paraíba se tornem muito caras, o que é uma desvantagem na hora de vender o destino.

Outro problema apontado por Bruno Mesquita diz respeito ao atendimento de garçons, taxistas e outros profissionais que lidam com turistas. “Acho que já melhorou muito, mas o atendimento ainda deixa um pouco a desejar”, avaliou, afirmando que as capacitações nessa área são muito importantes.

Bárbara Wanderley – Jornal Correio da Paraíba

Lajedo de Pai Mateus é um dos roteiros mais procurados pelos turistas, principalmente, os estrangeiros.

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