Brasileiro ‘Bacurau’, com elenco cheio de paraibanos, ganha prêmio do júri no Festival de Cannes

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O filme “Bacurau”, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou o prêmio do júri no Festival de Cannes. O longa dividiu o prêmio com “Les Misérables”, do francês Ladj Ly. É o terceiro prêmio mais importante do evento.

O filme tem no elenco 20 atores paraibanos. Thardelly Lima, Suzy Lopes, Danny Barbosa, Ingrid Trigueiro, Buda Lira e Jamila Facury desfilaram pelo tapete vermelho do Festival de Cinema de Cannes, na França, ao lado do extenso elenco de Bacurau, novo filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles.

Ao todo, mais de 20 atores da distopia western de ficção científica ambientada no interior do Nordeste estiveram presentes na primeira exibição pública da obra, que culminou em sete minutos de aplausos do público presente. O tradicional jornal britânico The Guardian publicou resenha sobre o filme, classificando-o com 4 estrelas.

O troféu coroa a excelente participação do Brasil no evento, o mais prestigiado festival do calendário cinematográfico mundial. Ontem, o longa “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz, arrebatou o prêmio principal reservado aos filmes da mostra Un Certain Regard (Um Certo Olhar), a segunda mostra mais importante de Cannes.

Outro filme com DNA do Brasil também recebeu prêmio na tarde deste sábado: o longa “The Lighthouse”, dirigido pelo americano Robert Eggers e produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, da RT Features (também produtora de “Eurídice Gusmão”), foi agraciado com o prêmio da crítica (Fipresci) dedicado aos filmes em mostras paralelas. “Queria mandar um beijo para todo mundo do Recife, Pernambuco”, disse Mendonça Filho, no palco da cerimônia.

“Faz 20 anos que venho, era uma jornalista e descobri muitos filmes aqui”, completou o cineasta, que em seguida celebrou o fato de o filme de Aïnouz ter ganhado o prêmio Un Certain Regard de ontem, dizendo que os artistas são “embaixadores da cultura”.

“Queria dizer que ‘Bacurau’ foi um filme que envolveu o trabalho de muita gente, do Brasil e de fora, e essas pessoas trabalharam duro para que o filme ficasse pronto”, disse Dornelles. “Dedico esse prêmio a todos os trabalhadores do Brasil da ciência, da educação e da cultura”, completou.

Com caráter distópico, “Bacurau” se passa em uma cidade fictícia de mesmo nome, em um futuro próximo, no interior de Pernambuco. Na trama, o vilarejo começa a ser sabotado por grupos interessados em exterminar o local – nos mapas oficiais, a cidade já não existe mais. Água, comida e sinal de celular também já foram cortados, e quando forasteiros aparecem na região, os habitantes se unem para resistir ao extermínio.

Uol

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