Sem apoio, empresário cancela registro da primeira companhia aérea da Paraíba

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O empresário paraibano Delano Campos confirmou que deu baixa na TAG Linhas Aéreas junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O projeto de uma companhia aérea paraibana tinha como objetivo criar rotas dos principais pólos econômicos da Paraíba (Sousa, Cajazeiras e Patos) para o Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, na Região Metropolitana de João Pessoa.

“Foi com muita tristeza que dei baixa na TAG Linhas Aéreas. Ela já não existe mais a não ser na lembrança daqueles que torceram para que ela se tornasse realidade”, afirmou o empresário. Delano não poupou críticas pela falta de interesse do Governo do Estado, muito menos pela falta de mobilização dos políticos da região que, segundo ele, “nada fizeram” para consolidar uma malha aérea regional.

Os planos da companhia aérea sempre foram bastante claros e transparentes. Delano enfatizou que tinha dados de uma consultoria que indicavam um grande potencial para a constituição da empresa e, consequentemente, a exploração das rotas que seriam criadas. As rotas incluiriam inicialmente Cajazeiras-Patos-João Pessoa e vice-versa, com quatro voos diários.

O investimento girava em torno de R$ 10 milhões, que incluía a compra das aeronaves e a contratação do pessoal que iria operar os equipamentos. Ao Governo do Estado, segundo Delano, bastaria equipar os aeródromos do interior paraibano, a exemplo dos de Cajazeiras e Patos, com a construção de um terminal de passageiros e melhoria de sua infraestrutura interna e externa.

Porém, lamentou o empresário, nem mesmo com uma iniciativa da diretoria da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, que providenciou uma vistoria no aeródromo de Patos, com o objetivo de analisar a possibilidade de operar uma linha até Campina Grande ou João Pessoa, sensibilizou o Governo e os políticos.

“Faltou coragem, amor e até mesmo carinho pelo nosso estado. Poderia e pode se transformar em um grande estado com a entrada da aviação regional. A grande questão é a mesma, falta de visão. Patos e Cajazeiras se tornariam grandes cidades com todos os investimentos e atrativos. Tive coragem de tentar fazer algo de bom por esse maravilhoso povo, mas não fizeram a sua parte”, apontou o empresário.

Delano enfatizou que as rotas que seriam criadas atenderiam empresários, estudantes, médicos e até os políticos. “Imaginem fazer uma viagem em 40 ou 55 minutos vencendo de 300 km a 500 km. Isso seria show. Só nos resta agora apenas continuar vendo os dois aeroportos servindo a pequenos aviões levando apenas meia dúzia de pessoas”!

Fábio Cardoso