Pico do Jabre, cenário para contemplação e shows do Circuito Som nas Pedras

Destaque Paraíba

A cidade de Maturéia, localizada na Região Metropolitana de Patos, no Sertão da Paraíba, a 315 km de João Pessoa, será cenário da próxima etapa do Circuito Som nas Pedras, neste sábado (07). O evento vai acontecer no lajedo da Pedra do Caboclo, no Parque Estadual Pico do Jabre, considerado o ponto mais alto da Paraíba, com 1.197 metros de altitude, na Serra da Borborema.

Conhecida como a capital paraibana do Voo Livre, a cidade tem um dos melhores ambientes para a prática do turismo de aventura e ecológico. Os praticantes de parapente e asa delta se misturam aos de voos de paramotor e rapel, criando um cenário colorido e único nos céus da Paraíba. Muitas dessas pessoas são de outros cantos do Brasil, que saem mundo afora em busca de aventura.

O Parque Estadual Pico do Jabre é outro cenário perfeito para a prática de trilhas e caminhadas. É comum encontrar grupos de trilheiros subindo e descendo o pico nos finais de semana, principalmente. Neste final de semana, um grupo de quase 100 pessoas saiu de Campina Grande – distante quase 200 km – para fazer a caminhada até o cume do Jabre. Foram mais de três horas de subida e descida.

Durante a caminhada, as pessoas podem cruzar com alguns dos animais que habitam aquela área – que também envolve a cidade de Mãe D’Água -, como várias espécies de macacos, répteis, mocó, tamanduá, gato maracajá, raposa, veado catingueiro, onça-suçuarana, jibóia e coral-verdadeira, aves raras, entre outros que aos poucos vão desaparecendo vítimas da caça predatória e das queimadas.

Até o cume, dependendo da trilha escolhida, as pessoas podem apreciar alguns pontos raros da natureza encravados na região, como a belíssima Pedra do Frade, a curiosa Pedra da Torre e o Poço da Besta. Encantamento pleno.

Os turistas aventureiros têm duas ótimas opções de hospedagem na base do Pico do Jabre. São as pousadas Pico do Jabre Ecopousada e Casarão do Jabre – Pousada, Restaurante e Museu. Ao todo os dois equipamentos contam com 11 apartamentos. No Casarão do Jabre, o modelo são de ‘casas rústicas’, para o público que abre mão do luxo.

O valor das diárias é praticamente o mesmo. No Ecopousada, a diária por pessoa custa R$ 160, passando para R$ 200 em caso de mais um hóspede. Crianças até 10 anos não pagam.

No Casarão, a jornalista aposentada Fátima Rosalis, e a comerciária Giselda Arruda, que estiveram hospedadas de sábado para domingo passado, pagaram R$ 160. O pacote, segundo elas, ofereceu ainda café da manhã, almoço e jantar, além do transporte a partir de Campina Grande.

Segundo a jornalista, o local é maravilhoso e inspirador. Foi um final de semana diferente, longe do barulho da cidade e com tempo para meditar e descansar literalmente. Só um hábito elas não conseguiram se livrar: o celular. Porém, justificam que ele foi essencial para registrar os momentos passados durante a permanência no Jabre.

Eduardo Dantas, proprietário da Ecopousada, disse que o movimento nos finais de semana é bastante intenso e que a maioria se hospeda para fazer a subida até o cume do Pico do Jabre. O empreendimento deve ser ampliado, assim como a oferta de serviços. Além da caminhada, os turistas podem fazer passeio de caiaque pelo açude, que custa R$ 28. Quem preferir subir até o cume do Pico, há traslado num veículo 4×4. O serviço custa 12. O local tem uma restaurante que tem no cardápio comidas regionais, a base de bode, com serviço a la carte. Muitas pessoas da própria região vão ao equipamento apenas para almoçar com a família.

No Casarão do Jabre – Pousada, o ambiente remete ao passado e à história da família Dantas. Segundo Dalvanete Dantas, administradora de toda estrutura da pousada, existe um processo de construção para transformar a área do Pico do Jabre em um Parque Nacional, mas que parou na burocracia e má vontade do Governo Federal.

A beleza e o deslumbre do local camuflam a lenta ação predatória dos homens. A empresária, que carrega uma longa história da família Dantas, denuncia caça predatória e que tem colocado diversos animais em risco de extinção. Nem mesmo placas alertando sobre a proibição da caça são respeitadas.

Outro problema que tem sido recorrente no Pico do Jabre é o acúmulo do lixo. Apesar de aparentar, muitos trilheiros e pessoas que fazem caminhada pela área vão deixando pelo caminho lixo, como garrafas pet, sacos plásticos, entre outros. O número elevado de antenas de TVs, operadores de telefonia celular e TVs a cabo também enfeiam o cume do Jabre, tirando o encantamento dos turistas que conseguem acessar aquela área.

Por outro lado, existe um trabalho cultural e de preservação da cultura local. No Museu instalado na pousada, há inúmeros objetos, verdadeiras relíquias, que revelam a história de luta e perseverança da família Dantas. No local, os turistas têm à disposição diversos objetos de artesanato para comprar e levar para presentear ou mesmo para levar para casa como lembrança.

Circuito Som nas Pedras neste sábado

A programação do Circuito Som nas Pedras começa a partir das 19h, deste sábado, com o Quarteto de Cordas do Prima, de Patos, apresentando um repertório especial de música popular brasileira. Logo após, o lajedo recebe o show do músico Escurinho, acompanhado pelo violonista Júnior Espínola, com a participação especial da cantora Saiô. Fechando a noite, 15 sanfoneiros da região se reúnem numa apresentação inédita com a participação especial de Escurinho, tocando canções que compõem o imaginário nordestino.

De acordo com o secretário executivo de Estado da Cultura, Milton Dornellas, o Circuito Som nas Pedras busca fortalecer as potencialidades econômicas dos municípios a partir da promoção cultural. “São municípios de grandes belezas naturais, como um pôr-do-sol lindo, e uma cadeia produtiva muito bem estruturada. É preciso desenvolver todo o potencial que esses municípios têm, e esse apoio será dado pelo Governo do Estado”, explicou.

Após passar por Juru e Maturéia, o Circuito Som nas Pedras será realizado no dia 21 de setembro, em Monteiro (Lajedo das Moças); 28 de setembro – Teixeira (Pedra do Tendó); 5 de outubro – Princesa Isabel (Pedra do Guiné); 12 de outubro – Congo (Lajedo da Barriguda); 26 de outubro – Cabaceiras (Lajedo Salambaia); 09 de novembro – Serra Grande (Lajedo da Paixão); 16 de novembro – Queimadas (Caverna da Loca – Pedra do Vento) e 23 de novembro em Boqueirão (Lajedo do Marinho).

Fábio Cardoso – Fotos: Beth Espínola