A tarde desta quinta-feira (09) foi marcada por muito conhecimento e emoção, durante o Mag Taks promovido pela Mongeral Aegon, no RioCentro, no Rio de Janeiro. O evento é uma das ações em comemoração ao aniversário de 185 anos Mongeral, que está reunindo até esta sexta-feira (10) mais de duas mil pessoas para discutir temas como a reforma da Previdência, longevidade e perspectivas para 2020.
O evento teve dois momentos de muita emoção, com o bate-papo com dois dos maiores atletas brasileiros: Marta, eleita por seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo, pela Fifa; e Bernardinho, ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, masculino e feminino, e um dos personagens desse esporte mais vencedor do mundo.
As apresentações foram individuais, mas parecia que ambos haviam combinado, de certa forma, repetir a expressão ‘não’. Marta, natural de Alagoas, repetiu algumas vezes que desde pequena, ainda na família, recebeu muitos nãos, mas a perseverança e a garra de ir à luta a tornaram uma grande vencedora, desde o dia que saiu da sua cidade até o Rio de Janeiro para fazer teste no Vasco da Gama ainda menina. A estrela disse que sempre lutou muito para ter as coisas e que o futebol surgiu na sua vida em decorrência de jogar com os irmãos, quando percebeu que tinha habilidade para o esporte.
Porém, vieram os primeiros nãos e ela teve que romper barreiras e seguir o destino que achava melhor para a sua vida, claro, sem se esquecer das raízes e dos muitos momentos de dificuldades vividos em casa. Apesar de tantas conquistas e notoriedade, Marta deixou a entender que o maior troféu que conquistou não está com ela e muito menos é dela. A casa própria dada para a mãe, além de uma conquista pessoal, foi uma promessa cumprida à mãe. “Sempre tinha o sonho de dar uma casa para a minha mãe viver com dignidade”, disse Marta, sendo muito aplaudida.
Já os ‘nãos’ de Bernardinho tiveram uma conotação mais educativa, seja junto com os filhos, assim como os profissionais com que ele trabalhou, e ainda trabalha, dentro do vôlei. O ex-treinador da seleção brasileira enfrentou igualmente muitos desafios, talvez, muito mais difíceis dos que o de Marta. O vôlei é um esporte coletivo e, por isso, requer uma série de circunstâncias, que vão desde o desempenho pessoal dos atletas, assim como vaidades e egocentrismos.
Bernardinho narrou os grandes momentos de conquistas pessoais, ao lado de várias seleções que montou, mas revelou também períodos de muita turbulência, a exemplo da perda de medalha de ouro na Olimpíada em Londres, em 2012. Curioso o termo ‘perde’ a medalha de ouro e não ‘conquistou a prata’. É que esse é mesmo o pensamento do treinador, que não admite acomodação, conformismo. O lema dele é vencer, vencer, vencer, porém, com muito trabalho, trabalho, trabalho.
O treinador se revelou o que realmente todos já sabiam: um homem pronto para vencer desafios. E leva essa vontade ao extremo, inclusive, dentro de casa, com os filhos. Para ele, é preciso dizer nãos aos filhos como fator de educar da melhor forma. Na opinião dele, os pais precisam criar os seus filhos para o mundo, que vão receber muitos nãos.
No final do dia, após as duas apresentações emblemáticas, tanto Bernardinho com Marta deixaram a todos encantados e ainda mais fãs de dois grandes exemplos de esportistas e, acima de tudo, pessoas humanas, de família.
https://youtu.be/pgF428J0g5A
Beth Espínola (Revisão: Fábio Cardoso)