Voo charter entre João Pessoa e Amsterdã é um sonho possível

Fábio Cardoso

Há sete anos estive em Amsterdã, Holanda, acompanhando a comitiva da Paraíba liderada pelo então prefeito do Conde, litoral sul paraibano, Aluísio Régis, que contava com as presenças do seu secretário de Turismo, Saulo Barreto; o presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo). Rodrigo Freire; a empresária Christiane Teixeira, da Luck João Pessoa, entre outros.
A ida até aquele país tinha o objetivo de negociar o fretamento de um voo charter entre as capitais paraibana e holandesa, além de participar da Feira de Turismo, realizada em janeiro em Utrecht, cidade que fica a cerca de duas horas de Amsterdã.
Fomos até à sede da operadora Tui, que tem como âncora aérea a Arke Fly, companhia aérea que à época operava o voo entre Natal (RN) e Amsterdã, direto, e com escala em Fortaleza (CE), no retorno do voo ao Brasil.
As negociações pareciam bem adiantadas, inclusive, com o aval do então governador José Maranhão, que manifestou interesse de bancar o voo em parceria com a prefeitura do Conde. Uma comitiva da empresa holandesa, inclusive, também esteve em João Pessoa para consolidar o voo, que acabou não acontecendo.
Há várias controvérsias quanto ao não fechamento desse voo. Há informações de que a empresa holandesa queria que o Governo da Paraíba bancasse financeiramente 50% dos custos das poltronas que não fossem vendidas. Outra dava conta de que o Governo do Rio Grande do Norte teria feito uma proposta maior, o que acabou sendo aceita pela empresa.
Dois anos depois, o Governo voltou a negociar esse voo. A atual presidente da PBTur, Ruth Avelino, chegou a sentar com a diretoria da empresa holandesa, mas, novamente, os custos dessa operação não cabiam definitivamente no bolso do Governo e, então, o próprio governador Ricardo Coutinho colocou fim às negociações, que acabaram não acontecendo mais.
Há dois meses, o ex-secretário de Turismo do Conde, agora como coordenador de projetos de Secretaria de Turismo de João Pessoa, Saulo Barreto, anunciou uma nova investida no sentido de conseguir concretizar o projeto do voo charter internacional.
O projeto já foi apresentado ao trade paraibano, inclusive, com a presença do prefeito Luciano Cartaxo, que deu aval ao secretário Fernando Milanez para fechar a parceria com a operadora Go Brazil, que gerencia o voo.
Já está sendo montada uma estratégia de marketing a ser desenvolvida na Holanda e até na Bélgica, que ficam pertinho um do outro, além de a Paraíba retornar em janeiro de 2018 a participar da Feira de Utrecht.
Segundo Saulo Barreto, o grande diferença das tratativas desta vez é o interesse maior da empresa holandesa de fechar o voo, já que Natal se tornou uma operação inviável por uma série de circunstâncias até mesmo de logística no aeroporto, que foi inaugurado em 2014, mas que criou uma série de problemas para o próprio turismo do estado vizinho.
Outra grande diferença que contribui para o fechamento do voo diz respeito à própria operação. O equipamento a ser utilizado pela Go Brazil seria menor. De acordo com Saulo Barreto, a operação é extremamente viável, pois o equipamento a ser operado pela Tui – uma empresa subsidiária da KLM e que só opera voos charters – é um Boeing 737-800, com capacidade para 160 passageiros, sem qualquer tipo de restrições para pousar no Aeroporto Castro Pinto. Há sete anos a limitação da pista frustrou a tentativa da Paraíba de trazer esse voo para o Estado.
A próxima etapa dessa preparação será a visita do proprietário da Tui e do diretor da Go Brazil a João Pessoa. De acordo com Saulo Barreto, os dois irão visitar o prefeito Luciano Cartaxo e conhecer melhor a cidade. “Estamos elaborando uma série de famtours com jornalistas holandeses e belgas, além de personalidades da política e meio artístico holandês”, revelou.
A executiva de turismo Cristiane Weber, da Go Brazil, empresa responsável pela implantação do voo charter ligando as cidade de Amsterdam à João Pessoa. Cristiane esteve em João Pessoa há duas semanas, vindo de Natal (RN), onde ainda está baseada, para selecionar guias de turismo com fluência em inglês, além do pessoal de transfer para recepcionar os turistas que virão no voo internacional a partir do próximo ano.
Não há ainda uma garantia de que o voo seja realizado, mas, pelo andar do processo de negociação, as chances são bem mais concretas do que nas outras tentativas. O voo, e falo de conhecimento de causa, seria fantástico para a Paraíba, pois irá permitir aos paraibanos conhecerem um dos países mais fantásticos da Europa, em todos os sentidos, e nos dará a oportunidade de receber turistas holandeses, que são cidadãos de alma aberta e tão comunicativos e hospitaleiros como nós brasileiros.
Fábio Cardoso

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