Hospedagem e alimentação foram os que mais empregaram no turismo em 2017

Brasil

O número de pessoas ocupadas formalmente no turismo ano passado atingiu 2.921.314, com predominância dos empregos no segmento de hospedagem e alimentação (1.907.086 pessoas ocupadas, o que significa 65,3% do total).
Os dados são do estudo inédito Empregabilidade no Turismo, produzido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.
De acordo com a CNC, as atividades inerentes ao turismo vêm sendo afetadas pelas condições da economia, como a queda da procura. Os ajustes orçamentários e as escolhas que as famílias realizaram nos últimos anos devido ao desemprego e à alta dos preços e dos juros atingiram, sobretudo, os ramos das atividades econômicas ligados ao lazer e às necessidades secundárias. Além da situação econômica, o crescimento da violência tem afugentado investimentos e provocado redução na receita decorrente da vinda de turistas estrangeiros.
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, destaca a importância da atividade e a capacidade que os segmentos de alimentação fora do lar e os meios de hospedagem têm de reagir rapidamente às medidas na área econômica e mostrar resultados quando o cenário é favorável.
“Um exemplo disso é a implantação do visto eletrônico. Feito pela internet em qualquer lugar e com tempo de resposta inferior a 72 horas, é uma verdadeira abertura de nossas portas ao turismo internacional que já mostra resultados”, comenta ele, citando dados do Ministério das Relações Exteriores que no primeiro balanço feito após a adoção do sistema nos Estados Unidos, foi registrado um aumento de 70% nos pedidos de visto daquele país.
Regionalmente, o estudo aponta crescimento do emprego no Centro-Sul, com destaque para São Paulo (7.481 postos criados), Goiás (1.864 vagas), Paraná (1.301) e Santa Catarina (1.092). No Nordeste, sobressaíram Ceará (773) e Piauí (498).
Na contramão, o Rio de Janeiro lidera o ranking com saldo negativo de vagas, com menos 19.628 postos de trabalho na comparação de 2017 com 2016. a violência e a crise financeira no Estado constituíram os fatores adicionais que vêm afetando o turismo no Rio. “É lamentável que isso esteja acontecendo com o Rio de Janeiro, a principal porta de entrada para o turismo internacional no Brasil. Essa situação afeta o turismo do país como um todo”, avalia.
Entre os segmentos pesquisados, transporte de passageiros foi o principal responsável pelo desemprego no setor (-14.008) em 2017, seguido dos serviços de cultura e lazer (-1.183). Já os segmentos de agentes de viagens (+1.701) e restaurantes e similares (+1.890) refletiram a recuperação do consumo e do crescimento econômico.
Assessoria de Imprensa