A Copa da Rússia está cheia de histórias para serem contadas além das quatro linhas dos gramados. Uma delas é a do paraibano Asafe Nunes, de 23 anos, que vai ser um dos jovens entusiasmados que estão conhecendo a Rússia por dentro como voluntário. Nesta quinta-feira (21), ele poderá ficar cara a cara com Leonel Messi, pois irá trabalhar na partida da Argentina contra a Croácia. “Vai que a bola sobra para o meu lado e tenho que repô-la para ele”, disse em reportagem exibida no Bom Dia Brasil. A Sputnik Brasil falou com o aventureiro para descobrir sobre sua caminhada até o torneio e as expectativas nas vésperas do evento.
Assim como seus colegas russos provavelmente não têm nenhuma ideia sobre a Paraíba, Asafe também não sabia nada sobre a cidade onde está trabalhando, Nizhny Novgorod. Com passagens compradas e coração batendo forte com antecipação, fez questão de conhecer mais através de vídeos e reportagens.
Porém, segundo revela, para ele não faz muita diferença aonde viajar para fazer trabalho voluntário – o objetivo é precisamente de fazer história em competições únicas como é a Copa do Mundo.
“Não tive um interesse particular pela Rússia, não. Tenho em relação à Copa do Mundo, eu estar em todas independentemente de onde acontece. Inclusive no Qatar (2022), por exemplo, vou procurar participar também mesmo sem ter conhecimento do país”, partilhou o jovem.
Para essa viagem, teve que poupar dinheiro durante o ano inteiro, focando todas as suas atividades nos preparativos para o evento. “Era o projeto de vida até agora para mim”, sorri Asafe.
Em sua caminhada para a Copa 2018, ele já teve quatro eventos esportivos nos quais se engajou – a Copa das Confederações 2013 no Brasil e a Copa do Mundo 2014, bem como as Olimpíadas e as Paralimpíadas no Rio em 2016.
Asafe contou que, além do trabalho voluntário na área de esporte, ele muitas vezes participou de projetos no campo criativo, por exemplo, em festivais de teatro, cinema e música, que é sua área de formação.
“Eu comecei com trabalho voluntário quando entrei na universidade, em 2012 […] Sempre realizo trabalhos voluntários desde 18 anos, desde que entrei na universidade. Sou muito interessado em aprender com esses trabalhos. Outro dia, eu quero um trabalho que me pague bem, que me dê um status de vida legal, mas enquanto isso não acontece, vou aprender com trabalho que está disponível para mim. Não ganho muito com isso, mas ajuda outros eventos e outras pessoas”, manifestou.
Por ter uma experiência vasta na respectiva área de semelhantes eventos, Asafe já pode comparar a qualidade de preparação e processo seletivo de cada um. Nesse respeito, o moço não poupou elogio ao falar sobre o Comitê Organizador russo.
Quanto à sua área de trabalho, o jovem revela que inicialmente tinha medo de escolhê-la por ser em certa medida problemática e optou por outras. Contudo, quando acabou por ser indicado como voluntário para a área de imprensa, entendeu que “para ele é fantástico”, tanto mais por ser plena pontaria com sua formação na Faculdade de Arte e Mídia da Universidade Federal de Campina Grande.
Redação com Sputnik Brasil