O Brasil não é mais o país do futebol e faz tempo

Copa do Mundo 2018

A nova ordem do futebol mundial é clara, o Brasil não é mais o melhor futebol do globo e isso todos sabem faz tempo. O fracasso na Copa da Rússia – vamos dizer assim -, quando perdermos para a Bélgica e nos despedimos do Mundial ainda nas quartas-de-final, ficou ainda mais perceptível que o futebol brasileiro precisa de uma outra gestão, de um novo ponto de partida, de um novo modelo.
As seleções europeias, entre elas a Alemanha e agora a França, passaram a ter maior notoriedade nos Mundiais, elas sim podendo afirmar que são as melhores do mundo, não necessariamente apresentando o melhor futebol nas competições.
Mas os números não mentem e colocam o Brasil em um nível inferior a muitas seleções estrangeiras.
O Brasil se gaba de ter cinco estrelas na camisa, de cinco conquistas mundiais. Isso é correto. No entanto, duas dessas conquistas foram 58 e 62, outra em 70 e, só após 24 anos conquistamos o tão sonhado Tetra, na Copa dos Estados Unidos, em 94. Oito anos depois conquistávamos o Penta na Copa da Coreia do Sul e Japão, em 2002.
Na Copa do Qatar, em 2022, farão 20 anos que o Brasil não conquista um título mundial, pior do que isso, sem disputarmos a final dos últimos quatro mundiais, sem mesmo quando sediamos o Mundial, em 2014. Essa parte não vou nem comentar, perdemos na semifinal por 7 a 1 para a Alemanha, que se sagrou campeão em cima de Argentina.
E é nessa Alemanha que devemos nos espelhar, pelo menos nos números. O futebol alemão sim é que pode se gabar de ser o melhor. Após o tão comentado Tri do Brasil no México, a supremacia alemã começou galopante. De 74 para cá, quando conquistou o título em casa, a Alemanha já foi campeã duas outras vezes, e, 90 na Itália, e 2014 no Brasil, e ainda ficou como vice em outros dois Mundiais, em 86 no México, quando perdeu para a Argentina, e em 2002, quando perdeu para o Brasil no Mundial a Coreia do Sul e Japão.
A França, depois que conquistou o título em 98 em casa, sagrou-se bicampeã agora na Rússia, e foi vice no Mundial da Alemanha, perdendo para a Itália, em 2006.
A história, claro, está aí para ser contada, como a do Uruguai, que se orgulha de ter conquistado dois Mundiais em 30 e 54, quando havia muita dificuldade de transmissão das partidas, de locomoção e bem menos países participando.
Os países da América do Sul, como o Brasil, Argentina e Uruguai, podem ostentar suas estrelas dos Mundiais na camisa, mas, se continuarem a administrar o futebol da forma que estão fazendo há vários anos, dificilmente teremos um outro sulamericano campeão nos próximos mundiais.
Espero, sinceramente, estar errado.
Fábio Cardoso