Relix leva educação, arte e tecnologia para sustentabilidade à Paraíba

Cotidiano Destaque

O projeto Relix chega em 2018 a sua quarta edição e desta vez aporta pela primeira vez no estado da Paraíba, sempre se reinventando, depois de passar por duas etapas em Pernambuco e uma em Alagoas. O projeto de educação, arte e tecnologia para a sustentabilidade, discute o destino do lixo, com o objetivo do lixo zero,  e atenta sobre a importância da reciclagem no país. Idealizado por Lina Rosa Vieira e patrocinado pelo Sesi Paraíba, o Relix 2018, realizará espetáculos teatrais em escolas, indústrias e espaços públicos, além de performances e exposição fotográfica.

No dia 25 de julho (quarta-feira), a estreia acontece  no Lyceu Paraibano (pré-estreia no dia 24), com o Espetaculix, peça original do projeto que utiliza o teatro de formas animadas, seis atores e muita música para contar de forma lúdica e educativa uma história sobre pessoas comuns que se tornam  heróis da sustentabilidade, despertando o interesse das crianças e jovens pelo tema.

O Relix abre com muita honra a sua agenda de 115 apresentações, número total ao longo do projeto, no histórico Lyceu Paraibano, escola pública fundada em 1836, e que tem entre seus alunos notáveis, o urbanista, botânico e ecologista Lauro Xavier, que produziu mais de 300 artigos sobre o meio ambiente e uma das fontes de referência do projeto.

As apresentações são acompanhadas da distribuição de 35 mil quadrinholix, cartilha com dicas de sustentabilidade – ilustrada pelo artista paraibano Shiko, e 50 conjuntos de lixeiras seletivas entregues às escolas. Além disso, a edição vai doar 20 Ciclolix, ecobicicletas coletoras, para cooperativas e associações de catadores.

“Pensar e agir de modo sustentável precisam ser tão naturais quanto o hábito de beber água. Para eu manter a saúde do meu corpo, preciso beber 2 litros de água por dia. Para manter a saúde do planeta, todos temos que estar juntos nessa corrente de diminuição de consumo, da logística reversa e da coleta seletiva. O ato de reutilizar, por exemplo, é  muito generoso. A gente acaba por descobrir novas possibilidades para as coisas”, diz Lina Rosa, idealizadora do projeto Relix, que assina também a criação e direção de projetos como Sesi Bonecos e o Fito – Festival Internacional de Teatro de Objetos.

“O apoio do SESI ao projeto Relix reforça o nosso compromisso com o desenvolvimento e a sustentabilidade. Para nós, a indústria e a sociedade necessitam estar cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade, em se tratando das questões econômicas, sociais e ambientais, que contribuirá para a competitividade neste mundo global. Através do Projeto Relix, o SESI participa e apoia o desenvolvimento de inúmeras ações no fortalecimento deste conceito com a perspectiva de futuro melhor para todos, especialmente para a indústria”,  disse Sérgio Antonio Alencar Guimarães, Superintendente do SESI/PB.

O projeto reserva surpresas e lançamentos para a população da Paraíba durante seus três meses de atividades (segue até outubro de 2018). O artista plástico paraibano Shiko, que também ilustrou as cartilhas do projeto, vai projetar 5 painéis em bairros diferentes de João Pessoa, abordando os 5 R’s da sustentabilidade: repense, reduza, recuse, reutilize, recicle. Também será adaptado para o Estado o Aplicativolix, app do projeto que traz a lista de pontos de reciclagem mais próximos e contatos de catadores e associações, que podem contribuir no processo de reciclagem dos moradores. Ainda será produzida uma exposição fotográfica chamada ExpoliXX – A Força Cromossômica Feminina, onde catadoras mulheres são homenageadas em retratos produzidos pelo fotógrafo Chico Barros. O projeto também vai ocupar espaços verdes e patrimônios públicos como o Parque da Lagoa- Solon de Lucena e o Theatro Santa Roza. No teatro, a plateia será formada por alunos da rede de ensino pública e do Sesi, catadores e suas famílias e ONGs e instituições ligadas à sustentabilidade e direitos humanos. Além de chamar a atenção para o problema do lixo e suas soluções, o objetivo também é democratizar o acesso à cultura e ao patrimônio.

ESPETACULIX – A chegada do Relix na escola começa com a apresentação do Espetaculix, dirigido por Osvaldo Gabrielli, e que integra a participação dos atores, bicicletas coletoras, marionetes e sacos de lixo. No enredo, apresentam-se seis personagens principais: Raí Repensalix, Renato Recusalix, Rafael Reduzalix, Raul Reutilizalix, Rita Reciclalix, Ricardo Limpalix e Roberto Catalix. Marionetes também compõem a dramaturgia: Ronaldo Recolix, Rodolfo Bagunçalix, Rubens Sujalix, Rosinha Egoistalix e o Dragão do Lixo, o Gigantelix.
Além de assistirem à peça, os alunos recebem uma cartilha ilustrada pelo artista plástico paraibano Shiko numa abordagem lúdica para orientações de reduzir, reutilizar e reciclar o lixo e para fortalecer o aprendizado oferecido pela performance. A cartilha, com uma linguagem simples, traz os personagens do espetáculo como porta-voz de dicas de reutilização de lixo e informações de sustentabilidade, tanto de reflexão de comportamento pessoal, como nas indústrias, por meio da logística reversa.

A escola também fica com uma herança pedagógica para ser aplicada em sala de aula: o Didaticalix: um guia de aplicação pedagógica do Relix., com atividades desenvolvida para público escolar amplo, formado principalmente por alunos do 5º ao 9º ano do fundamental.  O material pode ser acessado em: http://www.projetorelix.com.br/didaticalix

RELIX – A iniciativa multidisciplinar e orgânica, integrada com arte, música, teatro, fotografia, mobilidade, educação ambiental, redes sociais, tecnologia e direitos humanos, circula até fevereiro por todo o Estado para alertar sobre a problemática do lixo. O Relix se posiciona como um ponto de partida para repensarmos a maneira que lidamos com lixo, não só no âmbito coletivo, mas no comportamento do indivíduo. Cada pessoa, comunidade ou indústria pode e deve ser sensibilizada para se integrar como agente de reestruturação.
Numa referência ao lixo em latim (lix, significado de cinzas), Relix é Recusar, Repensar, Reciclar, Reduzir e Reutilizar o lixo. Ressignificar transformando o conceito de lixo por meio da arte, relíquias. Para provocar mudanças de comportamento que conduzam a resultados mais eficientes e confirmem o estabelecimento da nova e necessária tendência ao lixo zero (ainda distante, mas é preciso começar). A cada performance cultural, com público formado por estudantes ou trabalhadores da indústria, se constrói uma nova consciência ambiental, na nossa casa, mas também na rua, trabalho, cidade.


Ciclolix – Em cada escola e indústria por onde passar, o Relix também vai expor a Ciclolix, a bicicleta coletora, com resíduo reciclado limpo, que levará o espectador a conhecer, refletir e criar uma nova e adequada consciência sobre a lei do Aterro Sanitário, sobre a importância dos catadores de lixo, sobre a reciclagem, sobre a logística reversa e, sobretudo, a urgente necessidade de redução do lixo gerado por cada indivíduo. Cada instituição envolvida vai firmar um acordo de colaboração com a cooperativa de catadores mais próxima geograficamente para que o lixo tenha destinação adequada.

Na Paraíba, 20 unidades serão entregues às associações de catadores de todo o Estado. Além disso, os catadores recebem um kit que inclui bolsa,  chapéu com proteção para a nuca e camisa UV para proteger o trabalhador do sol, par de luvas, trava de segurança e bomba de calibragem.

A Ciclolix é uma bicicleta coletora projetada para oferecer maior segurança e otimizar o trabalho do catador de lixo. O protótipo especialmente criado para o projeto foi idealizado junto que com os catadores que foram ouvidos sobre as melhores funcionalidades para a bike adaptada com carroceria. O modelo único no país tem capacidade para carregar até meia tonelada, amassadores de latinhas e garrafas PET, sinalização de segurança, estepe, tudo para facilitar o dia a dia e garantir a segurança do trabalhador.  Além da humanização da jornada de trabalho dos catadores, a Ciclolix surge como uma contrapartida ao costume controverso e pouco recomendável da tração animal para coleta, ainda muito utilizada no perímetro urbano de Alagoas.

“A Ciclolix oferece mais dignidade a uma classe trabalhadora de fundamental importância para a sociedade e retira os animais das ruas. Além oferecer menor esforço físico e maior segurança para quem a conduz e para o trânsito, ela aumenta a auto-estima do catador e contribui para a valorização da profissão” define Lina Rosa .

Agência Pavio