Passagens aéreas com preço reduzido, só se antecipar a compra

Cotidiano Destaque

O mês de novembro está a todo vapor e é o momento certo para que quem planeja viajar nas férias de dezembro e janeiro inicie os preparativos. Locais de hospedagem e opções de passeio podem até esperar mais um pouco, mas a antecedência é uma aliada na compra de passagens aéreas. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os bilhetes devem ser comprados o mais cedo possível para que os passageiros possam aproveitar melhores tarifas.
De acordo com o relatório da Agência, o preço das passagens aéreas no segundo trimestre seguem tendência de estabilidade no segundo semestre. Nos seis últimos meses de 2017, a tarifa foi fixada média verificada para voos domésticos foi de R$ 384,21. Esse valor é superior ao do mesmo período de 2016 em apenas 0,8%.
No primeiro semestre de 2018, por outro lado, as tarifas se comportaram de forma volátil. De janeiro a março, o valor médio chegou a R$ 361,03, a maior desde 2014 e 8% a mais que no mesmo período de 2017. De abril a junho, ao contrário, tem queda na taxa média desde 2014. O valor foi fixado em R$ 321,78, quase 4% a menor que no ano anterior.
Para comprar a passagem pelo menor preço possível a solução é pesquisar e comprar com a maior antecedência possível com relação à data prevista para o voo. Outra dica é que o passageiro escolha, sempre que possível, baixas temporadas e dias que não antecedem finais de semana e feriados como data de ida ou volta.
“É importante ainda que o consumidor pesquise as tarifas entre as empresas aéreas. Ferramentas de busca e alertas eletrônicos sobre o preço das passagens aéreas também ajudam a encontrar melhores tarifas”, orientou a Anac.
De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem na Paraíba (Abav-PB), Luciano Lapa, o ideal para quem vai buscar pacotes de viagens é iniciar essa procura com, no mínimo, seis meses de antecedência. “Quem ainda não fez isso precisa correr para não pegar taxas muito elevadas”, afirmou. Isso se reforça pelo fato de as férias de dezembro e janeiro serem época de altíssima temporada na cadeira do turismo, o que encarece os preços.
O especialista em viagens Flávio Fusco também recomenda a escolha de períodos alternativos. “Caso tenha flexibilidade de datas, procure épocas fora de alta temporada. Com certeza, irá economizar de uma forma absurda. Pesquisar o destino e se programe com antecedência. Isso faz toda a diferença”, orientou. Essa dica serve não só para os preços das passagens, mas para os gastos durante a própria viagem. “Ir para os Estados Unidos nas férias escolares ou para a Europa no verão significa encontrar lugares muito cheios e pelo fato da demanda ser alta os valores também vão subir”, explicou.
Em 2017, cerca de 90 mil pessoas viajaram de avião dentro do Brasil, o que correspondeu a 67,5% de todo o transporte regular interestadual de passageiros. As empresas Gol e Latam ficaram com a maior fatia do mercado, sendo que a primeira abocanhou 36,2% da demanda e a segunda 32,6%. A Azul ficou em terceiro lugar, com 17,8%, já a Avianca ficou com 12,9%.

Combustível e manutenção encarecem a passagem

De acordo com a lei federal 1.182/2005, as companhias aéreas possuem liberdade para determinar a precificação dos bilhetes aéreos. Alguns fatores, no entanto, influenciam diretamente nesse preço, com a oferta, demanda e concorrência entre empresas. Os custos e despesas do setor também entram nessa conta, principalmente no repasse dos custos com combustível e manutenção de aeronaves.
De acordo com a Anac, um dos fatores que mais influenciam no preço da passagem é a demanda. “Em épocas nas quais todos estão mais dispostos a viajar é natural que os preços subam, refletindo a maior disposição dos passageiros em adquirir passagens aéreas. Da mesma forma, períodos nos quais todos estão menos dispostos a viajar é igualmente natural que os preços caiam, em consequência da menor disposição dos passageiros em adquirir passagens aéreas”, explicou a Agência.
Entre outros fatores citados estão a distância entre a origem e o destino, condições contratuais para remarcação e cancelamento das passagens, antecedência da compra, dia e horário do voo, aeroporto de origem e de destino e ações promocionais. Além disso, há questões como temporada e sazonalidade. “Os preços oscilam a todo instante em razão desses diversos fatores”, explicou a Agência.
Todas essas variáveis se somam aos custos e despesas das empresas, que também ajudam a compor os preços das passagens. O combustível e os gastos com manutenção, seguro e arrendamento de aeronaves, por exemplo, representaram quase 50% das despesas do setor aéreo em 2017, que totalizaram R$ 34,6 bilhões. O lucro também entra nessa conta paga pelo usuário. Em todo o ano passado, o setor lucrou R$ 413,7 milhões.
Outros gastos expressivos das são com pessoal (17,4%) e despesas operacionais (14,5%). Em menor número aparecem as tarifas de navegação aérea (3,8%); tarifas aeroportuárias (3,6%) e depreciação (3,1%). A limpeza, comissaria e o chamado handling – serviços prestados em terra para apoio à aeronave – somam 3,7%.
O preço do barril de petróleo e a variação cambial do dólar são outros fatores apresentados como determinantes. “A taxa de câmbio do real frente ao dólar teve alta de 12,1% na comparação em relação ao mesmo período do ano passado. A moeda americana teve forte influência nos custos com combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves. Já o querosene de aviação, que representou 29% dos custos e das despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo, teve aumento de 34,1% no período”, destacou a Anac com base no Relatório de Tarifas Aéreas Domésticas, relativo ao 2º trimestre de 2018.

Países da América Latina são alternativa para driblar o dólar

A alta e a volatilidade do preço do dólar também podem ser um fator decisivo na escolha do destino da viagem. Para economizar ou evitar sustos na hora da viagem, especialistas indicam a escolha de destinos com menor impacto do preço da moeda americana. “Todo destino internacional, direta ou indiretamente, é baseado pela cotação do dólar. A sugestão é evitar países onde a moeda é a base para este tipo de cálculo”, explicou Flávio Fusco, que apresenta o apresentador do programa de viagens na internet #FuicomFusco.
Isso significa que destinos como Estados Unidos, Cuba, Inglaterra ou países membros da União Europeia não são uma boa pedida para quem pretende economizar. Algumas opções seriam nações da América Latina. “Esses países são mais indicados por estarem mais perto e por terem moedas com cotações próximas às nossas no sentido de valorização” explica Fusco.
Roteiros dentro do Brasil também podem ser uma boa pedida. “Viajar pelo país, muitas vezes, fica mais caro do que ir para o exterior, dependendo da época ou temporada da viagem. No entanto, existem destinos nacionais, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, regiões Sul e Nordeste, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, e a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul que não podem deixar de serem visitados”, opinou.
De acordo com o vice-presidente da Abav-PB, Luciano Lapa, os Estados Unidos voltou a ser um destino procurado pelos paraibanos, mas a América Latina e outros pontos turísticos no país têm se destatcado. “O mercado está bem aquecido, principalmente devido às promoções no setor. Chile e Uruguai tem uma procura muito alta e as viagens para Foz do Iguaçu também cresceram muito”, afirmou.
Uma dica de economia dada por Fusco é comprar a moeda estrangeira com antecedência em casod e viajens internacionais. “Se você vai viajar em julho, tente trocar um pouco da moeda todo mês desde janeiro. Dessa forma, por mais que a cotação sofra variações, você terá, ao final, uma média de todas as vezes que trocou e dificilmente será prejudicado por uma alta repentina”.
Preço médio das passagens por companhia aérea
 

  2º semestre de 2017 1º semestre de 2018
Azul R$ 459,24 R$ 423,09
Avianca R$ 394,41 R$ 347,01
Gol R$ 378,54 R$ 325,14
Latam R$ 356,24 R$ 294,92

Arthur Araújo –  Fotos: Assuero Lima – Jornal Correio da Paraíba