O sonho da companhia aérea da Paraíba voar não acabou

Delano Campos

Durante 10 anos de minha vida, dediquei a tentar entender por que muitas cidades importantes não recebiam voos que ajudariam e otimizar o turismo, centros universitários, médicos, professores e todas as possíveis classes de pessoas e trabalhos. Por que? A pergunta é sempre a mesma “TÊM DEMANDA?”.

Estudei as empresas de ônibus através de percurso, custos, população e, por fim, qual a aeronave ideal. Estudei Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Bahia e, do mesmo modo, a Paraíba.

Por que eu achei que a Paraíba daria certo? Primeiro de tudo, descobri um fator importante, dentro da Paraíba tínhamos duas cidades com uma distância ideal para uma aeronave entre 30 a 45 passageiros (Patos e Cajazeiras). Decidi que era hora de planejar a construção dessa empresa, mas, para isso, precisava entregar todas essas informações tão secretas e tão importantes para alguém que teria que ser de confiança.

Conheci um amigo que hoje chamo de irmão, o Adriano Filgueira, que compilou as informações e me disse que era possível (vivaaaaa). Sempre segui os conselhos da assessora de comunicação, Fabyana Mota, que sempre me alertou quanto ao que e a quem revelar informações importantes.

Visitei a Embraer, mostrei o projeto, recebi conselhos, fiz modificações e enviei para a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). O projeto foi aprovado e começamos de fato a tentar fazer o projeto virar realidade mas, tínhamos um grande problema: os aeroportos de Patos e o de Cajazeiras tinham, e ainda têm, sérios problemas de estrutura. Os aeroportos não possuem uma sala para Embarque e Desembarque, Sala de Check-in, Bombeiros, estacionamento, cerca protetora em volta da pista e uma praça de alimentação.

No caso do aeroporto de Patos, era ainda mais complicada, já que existia um lixão ao lado do aeroporto e isso é um sério risco. Não foi por falta de visitas aos prefeitos, deputados federais, secretários, e todas as pessoas influentes para tentar reverter este quadro, mas de nada adiantou.

Alguns destes usaram o projeto apenas para se promover. Sem falar que o aeroporto não tem sequer água encanada. Não adianta construir uma pista e colocar cerca de um metro de altura, não ter onde fazer o check-in das bagagens (correr o risco de levar drogas ou explosivos) dentro dos voos. Aviação é coisa séria e se não tirarmos as pessoas que hoje estão à frente, jamais a Paraíba será um estado que terá voos regionais, mesmo tendo todas as condições de demanda, distância e aeronaves que podem realizar estes voos em menos de uma hora.

O sonho acabou? Ainda não. Estou pensando um reunir empresários interessados em entrar numa parceria junto com o Governo do Estado para administrar estes aeroportos em troca da exploração dos mesmos e assim viabilizar o crescimento do interior do estado.

Já pensou em um cidadão que compra uma passagem de Cajazeiras para os Estados Unidos ou para a Europa? Trocaria apenas de avião. O cidadão sai de manhã de Patos ou Cajazeiras para pegar onda e no final da tarde está de volta feliz da vida. Quantos médicos, empresários, políticos, centros acadêmicos poderiam se beneficiar deste incrível modelo de viagens. Tudo isto, sem tirar as pessoas das empresas de ônibus já que teríamos 4 voos diários por cidade. Voos indo e voltando. João Pessoa e Campina Grande seriam beneficiadas já que GOL, Azul, TAM e Avianca receberiam todos estes passageiros. O valor da passagem ficaria de 30% a 35% acima do valor da passagem de ônibus. O sonho não acabou, que venha 2019!

Delano Campos da Motta, empresário

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