O jornal espanhol El Pais, produziu uma reportagem especial sobre o resultado do leilão de 12 aeroportos brasileiros, ocorrido na Bolsa de Valores de São Paulo, na sexta-feira (15), e revelou alguns planos da empresa Aena, que arrematou o Bloco do Nordeste, que inclui dois aeroportos da Paraíba: o Castro Pinto/João Pessoa e João Suassuna/Campina Grande.
A reportagem do jornalista José Luis Aranda afirma que a “Aena acredita que a inclusão de mais seis aeroportos na sua rede permitirá “incrementar as sinergias com os aeroportos hub (polos de conexão de voos) de Madri e Barcelona, assim como com os aeroportos latino-americanos” dos quais também participa. A operação foi assessorada pelo Bank o. f America Merrill Lynch”.
De acordo com El País, a partir do final deste ano, se os planos avançarem segundo o previsto, a espanhola Aena presidida por Maurici Lucena passará a operar os aeroportos de Recife (com o oitavo maior tráfego do Brasil), Maceió (AL), João Pessoa-Bayeux (PB), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB). Juntos eles movimentam 13,7 milhões de passageiros por ano, 6,5% do tráfego aéreo brasileiro.
A companhia pública espanhola destaca no comunicado que esta concessão “consolida sua liderança mundial” como maior operadora de aeroportos. Além dos 46 da rede pública espanhola, a empresa vem cumprindo sua meta de internacionalizar as atividades. Já controla 51% do aeroporto londrino de Luton, participa de 17,4% no Grupo Aeroportuário do Pacífico, que opera 12 aeroportos do México, e é majoritário no Aeroporto de Montego Bay, na Jamaica. Na Colômbia, tem a metade da Aerocali, operadora do aeroporto na terceira maior cidade do país, e 37,89% da SACSA, companhia que administra as instalações aeroportuárias de Cartagena.PUBLICIDADE
Conforme informou a empresa pública espanhola, nos próximos dias começarão os trâmites administrativos “para a formalização da concessão”. Para isso, a Aena Desarrollo Internacional, filial da companhia espanhola que foi ganhadora no leilão realizado na sede da Bolsa de São Paulo, deverá criar uma empresa concessionária exclusiva para esse fim, mas 100% de sua propriedade. Esses trâmites poderiam levar até o mês de agosto, e, se tudo correr segundo o previsto, a gestão dos aeroportos se tornará efetiva no último trimestre deste ano.
Fábio Cardoso, com El País