A Paraíba poderá contar com os serviços de transporte aéreo regional e aeromédico. A empresa Chopper Solution, do Ceará, pretende abrir uma filial na Paraíba – a Med Chopper – e desenvolveu um projeto que tem um investimento estimado de R$ 10 milhões.
A Chopper Solution tem a certificação junto à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para operar como um centro de manutenção de aeronaves. O hangar construído está localizado em área estratégica em Fortaleza e suas instalações são consideradas de primeiro mundo. No 22 de abril deste ano, a ANAC concedeu à empresa a outorga autorizando o início de suas operações de Táxi Aéreo.
A proposta para abrir a nova empresa no Estado, conforme um dos empresários, idealizador do projeto na Paraíba, é instalar nos aeroportos de Patos e Sousa hangares para a manutenção de aeronaves e, em seguida, iniciar as operações de passageiros, enfermos e até cargas. Os dois aeródromos pertencem ao Governo do Estado. Em Sousa, um parceiro do projeto já investiu R$ 400 mil na reforma do hangar.
A empresa já tem a aeronave para a utilização dos serviços, um Grand Caravan, Cessna 208, com capacidade de embarcar entre 12 e 14 passageiros.
Operações
A priori, segundo Patrício Sarmento, a ideia é operar voos entre Patos/João Pessoa, Cajazeiras/João Pessoa, Itaporanga/João Pessoa e Sousa/João Pessoa. Em breve curto tempo, a ideia é que a empresa busque parcerias de compartilhamento com as grandes companhias aéreas para estender os voos vindos das capitais para o interior paraibano.
Patrício Sarmento, médico e piloto de avião, tem como ofício a medicina. Ao lado do irmão Petrúcio Sarmento, pensaram no transporte de passageiros enfermos do interior até a capital paraibana e se interessaram pelo projeto da empresa cearense.
A proposta da empresa contempla, segundo os dois, a necessidade do transporte de enfermos e serviços de UTI aéreo para toda a Paraíba, principalmente nas cidades como Campina Grande, Cajazeiras, Patos, Sousa, visto que há um projeto de implantação do Hospital Metropolitano de Patos que poderá dar suporte médico ao projeto aéreo de transporte.
“Há uma demanda reprimida e uma necessidade imediata do transporte de enfermos que necessitem de locomoção urgente, o que levaria a óbito. Imaginem vocês, um paciente com um TCE na cidade de Sousa que necessitasse ser operado e que tivesse que ir ao Hospital em João Pessoa”, reforçou Petrúcio Sarmento, que é cirurgião torácico.
Mas, além disso, apontam os idealizadores do projeto, existe o respeito e auxílio à população paraibana para o transporte aéreo dessas cidades interioranas para a capital ou mesmo para outros estados. “Existem centenas de pessoas que dirigem às vezes 600 km (ida e volta) por semana para poder trabalhar ou resolver problemas em João Pessoa ou Recife”, lembrou Patrício.
“O custo dessas viagens com o combustível e o tempo usado não compensam – cerca de R$ 500 entre Patos e João Pessoa (ou Recife) -, tendo em vista que uma passagem de transporte aéreo regional que poderia ser implementado com a operação da Chopper na Paraíba custaria bem menos”, explicou Patrício, que é cirurgião oftalmológico.
Fábio Cardoso