Envolvimento da população de Belém reforça importância da Rota Cultural Raízes do Brejo

Destaque Paraíba

A abertura da Rota Cultural Raízes do Brejo na cidade de Belém – distante 110 km de João Pessoa -, ocorrida na noite desta sexta-feira (20), foi mágica e inesquecível. Nem mesmo a chuva que caiu durante praticamente todo o evento tirou o brilho, o encantamento e o entusiasmo do público e dos protagonistas. Muito pelo contrário. A solenidade pode ser resumida na palavra da prefeita da cidade, Renata Christinne, que disse que “chuva é uma benção”. E realmente o foi.

O evento teve início às 20h, já com uma chuva leve. Diferente de todas as aberturas que acredito já terem acontecido nesse projeto, os organizadores resolveram contar a história da pequena Belém de uma forma teatral. A peça, ‘Belém, ontem, hoje e sempre’, mais pareceu uma escola de samba contando um enredo, com várias passagens da bela história do município paraibano. Foram quase duas horas de ‘desfile’, que envolveu mais de 200 pessoas – Belém tem uma população de pouco mais de 17 mil pessoas (Censo do 2010).

A ‘passarela’ abriu passagem para essa história. O enredo mostrou dos homens da caverna até a modernidade; o carnaval dos blocos de rua até os festejos juninos; a religiosidade, com os cantos do coral com senhoras que, apesar da idade avançada, continuam com fôlego e a fé intocáveis. A história incluiu as batalhas contra os invasores e a glória, e ainda a encenação da Paixão de Cristo, com direito à crucificação e ressurreição.

A Rota Cultural Raízes do Brejo é um projeto que reúne ainda outros oito municípios. A Rota segue até 1 de dezembro passando por Alagoinha, Duas Estradas, Pirpirituba, Lagoa de Dentro, Serra da Raiz, Borborema, Dona Inês e Pilõezinhos. O projeto busca o resgate da cultura popular das cidades; incentivar e valorizar as atividades artísticas das pratas da casa; e criar ambiente para o empreendedorismo, com atividades como a venda de artesanato e comidas típicas.

Nos três dias de festa em Belém, muitos comerciantes tiveram a oportunidade de aumentar um pouco a renda. Foi o caso de João, um ex-funcionário do Tropical Hotel Tambaú, em João Pessoa, que retornou para Bananeiras há mais de 10 anos e atualmente trabalha como autônomo. No final de semana, ele teve a rotina de ir a Belém e retornar a Bananeiras após o encerramento da festa. “Valeu muito a pena esse esforço”, contou ele com satisfação.

Após a apresentação da história de Belém, houve o momento de agradecimento, com a entrega de presentes e homenagens, e da Comenda Henrique José Gonçalo ‘Henrique Santeiro’ à mestra artesã Maria Marculino de Oliveira, e à poetisa Cristine Nobre Leite, em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à cultura belensense através da arte cerâmica e literatura de cordel, respectivamente.

A prefeita de Belém destacou a importância da Rota Raízes de Brejo como instrumento de divulgação dos roteiros turísticos do município, mas, o discurso mais contundente e certeiro foi do presidente do Fórum Turístico do Brejo, Sergerson Silvestre, que enalteceu o envolvimento da população da cidade na construção das atividades durante os três dias do evento, tendo a abertura sendo uma das mais emocionantes e impactantes da Rota desde a sua criação.

“A Rota Cultura Raízes do Brejo é feita pela população e para a população”, enfatizou Sergerson, opinião reforçada pela jornalista Naná Garcez, presidente da Agência Paraibana de Comunicação, que se revelou impressionada com ‘a paixão das pessoas durante a apresentação da história de Belém’.

A presidente da PBTur (Empresa Paraibana de Turismo), Ruth Avelino, reafirmou a importância do projeto cultural como fator que movimenta a economia das cidades que integram a Rota. A executiva disse que a estatal do turismo estará sempre aberta para apoiar esses movimentos culturais e incentivou as moradores de Belém a visitarem as outras cidades que fazem parte do Rota.

Só Chocolate
Antes da abertura da Rota Cultural, um grupo de jornalistas de João Pessoa que visitou a cidade na sexta-feira, a convite da PBTur, teve a oportunidade de conhecer a cafeteria Só Chocolate. A impressão unânime foi bastante positiva, pelo capricho do ambiente, atendimento e um cardápio que deixou todos de água na boca e preços acessíveis. “É um empreendimento que nos deixou surpresos e muito satisfeitos, com doces e salgados de excelência e saborosos. Estão de parabéns”, afirmou a fotógrafa Beth Espínola, colunista do Turismo em Foco.

Atrativos de Belém (Fonte: Site Raízes do Brejo)
Parque São Luís –
Foi a partir de um banco com dois metros de balanço que José Freire ou apenas Seu Luís, transformou um espaço vazio em diversão. Ao perceber que as pessoas gostaram do seu primeiro brinquedo, ele identificou que poderia fazer outros e levar alegria para muitas crianças.
Hoje, não apenas os pequenos, como de igual modo adultos, frequentam o parque e voltam a ser crianças, são cerca de 100 brinquedos construídos e cuidado pelo José Freire. Na fabricação é utilizado materiais reciclados que se transformam nas mãos do artesão e pelo menos 200 crianças, ao mês, se divertem no local.
O Parque São Luís funciona de 8h às 17h e recebe turmas de escolas e turistas de toda região. Lá as crianças são ainda mais crianças e os adultos, têm a experiência de voltar alguns anos e simplesmente brincar. No parque do Seu Luís, tudo é diversão.
Agendamento: (83) 99980-1540 – Márcia Regina – Secretária da Cultura.

Pedra do Cordeiro –
Com aproximadamente 240 metros de altura, os turistas empolgados e aventureiros, podem conhecer o local palco de prática de rapel e trilha. Àqueles que preferirem sem grandes emoções, podem se contentar com a bela vista natural e conhecer toda a cidade. A trilha até lá é simples, mas um tanto íngreme, em torno há pinturas rupestres feitas pelos índios que ali habitavam e também no topo da pedra, o cruzeiro.

Igreja Nossa Senhora da Conceição
A cultura religiosa de Belém está marcada no marco zero do município, onde fica localizada a Igreja Nossa Senhora da Conceição. A edificação foi levantada em 1934, com arquitetura neoclássica. Um fato interessante da igreja é que no período de sua construção, os próprios moradores e fiéis, contribuíam para que o prédio pudesse ser erguido. A comunidade em mutirão, carregava tijolos e os materiais com as próprias mãos.

Engenho Retiro – Cachaça D’dil
O Engenho Retiro proporciona aos visitantes a experiência de presenciar o processo da Cachaça D’dil, desde a produção até o engarrafamento. As visitações podem ocorrer no mês de agosto a fevereiro, pois neste período há a etapa da moagem e sendo assim, todas as partes podem ser vivenciadas pelo turista, com direito a degustação.
A cachaça D’dil tem sua produção artesanal e 100% natural, pois não utiliza de produtos químicos na fabricação e permanece no mercado desde 1920, comercializando de Belém para outros estados.
Agendamento para visitações de segunda à sexta pela manhã até 12h.
Telefone: / (83) 32771081 – 98709-9792
Site: www.cachacaddil.com.br

Fábio Cardoso – Fotos: Beth Espínola e Sergerson Silvestre