Recife, Salvador e Fortaleza não irão reajustar a tarifa de ônibus em 2020. Em Maceió, o Conselho Municipal de Trânsito até aprovou o aumento das passagens de R$ 3,65 para R$ 4,10, mas o prefeito não sancionou o reajuste. As demais capitais nordestinas ainda não sinalizaram sobre a alteração no valor da tarifa, entre elas, João Pessoa.
Em geral, o reajuste das passagens do transporte coletivo da Capital paraibana é aplicado em janeiro. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP), Isaac Junior Moreira, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) já detém as planilhas de custos e despesas de 2019 das seis empresas de transporte coletivo que operam na cidade.
Com base nesses dados e em outras informações, como a demanda do número de passageiros, a Semob deve apresentar o valor da nova tarifa de ônibus na reunião do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (CMMU). “Seguimos aguardando a convocação do Conselho para que o reajuste seja discutido, mas até agora nenhuma data foi definida”, comentou Moreira. O CMMU irá se reunir nesta sexta-feira (24) para tratar do assunto.
Em Salvador, o prefeito ACM Neto anunciou, no final do ano passado, que não haveria aumento das passagens e, até agora, a cidade segue sem reajustar o valor. A passagem de ônibus também não subiu em Recife. Por lá, apenas a tarifa dos trens urbanos sofreu reajuste. Já a Prefeitura de Fortaleza informou que a tarifa permanecerá com o mesmo valor, pelo menos, até novembro deste ano.
Em Maceió a situação é mais delicada. O Conselho Municipal de Trânsito aprovou um reajuste de 12,16% no valor das passagens de ônibus – um percentual quase três vezes maior que o índice da inflação em 2019, previsto para 4,13%. O Ministério Público do Estado de Alagoas se posicionou contrário ao aumento, e, até agora, o prefeito Rui Palmeira não sancionou o valor.
Segundo o professor Nilton Pereira, especialista em Mobilidade Urbana, o transporte público em todo o Brasil vem perdendo usuários anualmente, seja pela má prestação do serviço ou pela disponibilidade da população em se locomover por meio dos transporte de aplicativos. “Aumentar a tarifa nesse momento só afastará ainda mais os usuários”, frisou.
“A melhor forma de incentivar a população a utilizar o transporte coletivo é o poder público subsidiando o serviço. No Brasil, o custo do transporte é bancado sozinho pelos usuários. Em países desenvolvidos, a população só paga entre 20% e 50% do custo. Mas aqui, o poder público tem uma resistência muito grande em subsidiar a prestação do serviço”, comentou Pereira.
Ellyka Gomes – Jornal Correio
