Projeto de R$ 4,2 bilhões no litoral Norte volta a ser inserido na agenda econômica da Paraíba

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O projeto de construção do Complexo Industrial e Portuário da Paraíba, mais conhecido por porto de águas profundas, voltou a ser discutido na agenda econômica do Governo da Paraíba. O projeto, concebido há quase uma década na gestão do ex-governador José Maranhão, foi tema de debate nesta segunda-feira (09), no auditório da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba, Asplan, em João Pessoa.

O projeto tem um custo de R$ 4,2 bilhões e o porto ocupará uma área de 10 mil hectares, projetado para ser instalado no litoral Norte, no município de Mataraca. Pelo elevado valor do investimento, à unanimidade, requer uma parceria público-privada.

A retomada do projeto começou a ser discutida ainda no ano passado, quando foram realizadas reuniões capitaneadas, inicialmente, pela prefeitura de Mataraca, com apoio da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), e depois com a colaboração da Asplan e de empresas privadas de vários setores que utilizam portos de outros mercados para exportar seus produtos ou receber insumos e equipamentos.

Participaram da reunião representantes das bancadas federais da Paraíba. Pela Câmara Federal, participou o deputado Gervásio Maia, e pelo Senado, o senador José Maranhão, além dos deputados estaduais Jeová Campos, Ranyere Paulino e Buba Germano, que junto com representantes de empresas privadas debateram a importância e necessidade de viabilizar esse projeto que, segundo explanações, não vai competir, nem comprometer o funcionamento do Porto de Cabedelo, mas ampliar as atividades portuárias na Paraíba, a exemplo do que já acontece em Pernambuco e no Ceará que têm dois portos atuando em plena sintonia.

A concepção do projeto conceitual custou R$ 10 milhões aos cofres públicos e agora precisa de uma parceria público-privada para ser executado. A empresa vencedora da licitação para concepção do projeto conceitual foi a DTA Engenharia, de São Paulo. Na época, a empresa estudou a viabilidade de instalação do Complexo nos municípios de Pitimbu, Lucena, Baia da Traição e Mataraca.

Mataraca somou a maior parte de pontos nos critérios técnicos de viabilidade (45 pontos) e tem as melhores condições de atingir a profundidade de 15 metros de calado. “Em Mataraca, com apenas 7,4 km, a gente chega a atingir 15 metros de calado. Nas demais localidades estudadas, teríamos que percorrer 11 km para atingir a mesma profundidade”, explicou o consultor técnico e engenheiro Newton Marinho Coelho, que fez a explanação do projeto nesta segunda-feira.

Segundo ele, o Porto de Águas profundas terá capacidade para receber até oito navios de forma simultânea, com uma área de 2.120 metros de atracagem e não interferirá na fauna marinha, como aconteceu em Suape, onde os ataques de tubarão se proliferou após a instalação do porto.

O senador José Maranhão, que é apontado como o ‘pai da ideia’, disse que não se sente dono da iniciativa, mas tem orgulho de tê-la concebido. “Fazer um Porto de Águas Profundas sempre esteve na minha mente, pois me inspirei na capacidade dos orientais de sonharem com ideias grandiosas. E mesmo um estado pobre como a Paraíba, também tem direito de sonhar com grandes projetos. Porque o mundo deixou de ser aldeias isoladas para ser uma aldeia universal. E dentro desta realidade, há espaço para grandes projetos de desenvolvimento econômicos relacionados com a operação portuária”, disse o senador.

Para Maranhão, infelizmente, esse projeto ficou dez anos esquecido e agora está sendo retomado. “Isso me deixa muito feliz”, destacou o senador, que colocou-se à disposição em Brasília para intermediar audiências com os ministérios responsáveis para dar andamento ao projeto. Neste sentido, nos próximos dias, além de uma audiência com o governador João Azevêdo, o grupo que está arregimentando apoio para viabilizar o Complexo deverá se reunir com o secretário de Portos e com o ministro da Infraestrutura, em Brasília.

Redação com News Comunicação