Coronavírus ainda não altera preparativos para a realização do Maior São João do Mundo

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Vai precisar mais do que a declaração de pandemia do novo coronavírus (COVID-19), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para alterar a preparação do Maior São João do Mundo, que será realizado de 5 de junho a 5 de junho, em Campina Grande. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede) de Campina Grande não tem nenhuma mudança prevista no planejamento da festa e a montagem, que está prestes a ser iniciada, continua mantida.

O prefeito da cidade, Romero Rodrigues, deve se pronunciar publicamente na semana que vem, indicando quais medidas serão tomadas em relação à festa. O Sindicato de Hotéis e Restaurantes ainda aguarda determinação dos órgãos de saúde e também diz que ainda é cedo para saber o impacto na ocupação dos leitos para o período.

No ano passado, a festa representou um impacto de R$ 299 milhões na economia do Estado, segundo os realizadores. Mais de 1,820 milhão de pessoas passaram pelo Parque do Povo e foi estimado 2,5 milhões, contabilizando cerca de 17 eventos paralelos à estrutura central.

Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, ainda é cedo para tomar decisões. Ela acredita que os casos da doença, que estão bloqueando o turismo para o exterior, podem fortalecer a festa.

“É muito prematura tomar alguma decisão agora. Lançamos o projeto São João no dia 6 de março e estamos iniciando a montagem. O planejamento segue o mesmo. Vamos ficar monitorando junto a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas de forma muito consciente, e sabemos que é um problema mundial. No Brasil os casos do Nordeste foram descartados”, disse a secretária.

“Eu acredito que vai haver um fortalecimento do turismo local. Naturalmente os (turistas) que tinham se programado para ir ao exterior vão viajar pelo Brasil. Pode ser que se a gente tiver um controle interno no Brasil, e com o aumento do dólar, a gente tenha internamente o São João beneficiado com isso”, disse Rosália Lucas.

Segundo Rosália, existe um movimento da imprensa para criar pânico e a situação na Itália chegou a alto nível preocupação por falta de controle interno. “Fui a São Paulo essa semana e lá está funcionando tudo normalmente. Apenas nos aeroportos que há um direcionamento, mas a cidade está fluindo normalmente. A imprensa sinaliza, mas se imaginarmos os números de dengue e tuberculose, essas doenças matam mais. E não tivemos no Brasil nenhuma morte. Particularmente, hoje há um movimento para criar pânico nas pessoas. Na Itália não houve controle, mas nós vamos conseguir passar por esse período”, opinou.

Não é o primeiro ano, que o Maior São João do Mundo precisa lidar com uma crise meses antes do evento. Em 2016, o evento precisou se adaptar a um esquema de racionamento. Dois anos depois, a greve dos caminhoneiros acabou adiando o início dos festejos. No ano passado, a prefeitura precisou gerenciar a rescisão de contrato com a empresa Aliança, realizadora do evento, a apenas 100 dias da festa. Uma nova licitação foi realizada e a festa aconteceu normalmente. No dia 29 de março, a prefeitura apresenta a festa em um evento para Embratur e agências de turismo.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (SindiCampina), Divaildo Bartolomeu, informou que “estamos esperando as determinações dos órgãos de saúde. Aguardamos que o governo federal tome pé da situação e assuma a liderança nessa questão tão importante e vital”. Ao ser questionado sobre como está a movimentação para a reserva de leitos, ele disse que ainda é cedo para saber. “Só vamos saber em maio. Ainda estamos na Quaresma”, respondeu.

Até o fechamento desta publicação, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) não havia se pronunciado.

Renata Fabrício – Jornal Correio da Paraíba