Três brasileiros testam positivo para o coronavírus em Cuzco (Peru) e outro grupo retorna ao Brasil

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Após 28 dias isolados em um hostel sem colocar o pé na rua na cidade de Cuzco, no Peru, os brasileiros Romildo Ribeiro e Péricles já estão no Brasil desde a tarde desta quarta-feira (15).

Eles se envolveram em um drama e uma negociação diplomática entre o Brasil e o Peru depois da repatriação de um grupo de brasileiros, no dia 25 de março, feito em dois voos da FAB – Força Aérea Brasileira. Nesse dia, ao procurar sair do hostel, o carioca e mais quatro brasileiros foram informados de que não poderiam deixar o local, que foi isolado pelas autoridades de saúde local. Um dos hóspedes teria testado positivo para o coronavírus.

Nesta quarta-feira, ao deixar o hostel em direção ao aeroporto de Cuzco, o clima estava bem tenso e triste. Isso porque do grupo de quatro brasileiros, três deles (Suelen e Nathalia, de São Paulo, e Leandro, do Rio de Janeiro – que viajava com Romildo) testaram positivo para o covid-19 e terão que permanecer em Cuzco por até dois meses.”Eles estão bem tristes e abalados”, revelou o carioca.

Romildo e Péricles seguiram de ônibus para o aeroporto de Cuzco, de onde embarcaram para Lima, seguindo direto para São Paulo. Da capital paulista, o carioca foi de Uber para o Terminal do Tietê, onde gastou R$ 100 para embarcar, de ônibus, para o Rio de Janeiro. “Cheguei bem e hoje não tinha voo para o Rio e também estava muito cara a passagem, até R$ 900”, afirmou. “Chego amanhã (quinta-feira) bem cedinho.”

 

Apesar da preocupação com os amigos que ficaram em Cuzco, o carioca se dizia bastante aliviado ao chegar no Brasil, “um sentimento de liberdade, poder respirar bem, viver, colocar o pé na rua.”.

O grupo estava em Cuzco desde o dia 16 de março, quando desembarcou justamente no dia em que foi decretado o estado de emergência naquele país, pelo governo peruano. No hostel, praticamente todos os outros hóspedes de países como Estados Unidos e Alemanha já haviam sido repatriados, o que angustiava os brasileiros, até que nesta quarta foi o dia da liberdade, de fato.

“No hostel, ficava todo mundo isolado. Se precisasse de algo, tinha que pedir para o pessoal da Embaixada do Brasil para comprar. Eles não nos abandonaram e espero que continuem dando assistência aos brasileiros que continuam lá. Eles nos informaram que os três (que estão com o vírus) passaram a ser prioridade para a embaixada por conta de estarem com a doença”, pontuou Romildo.

Após permanecer mais um período de quarentena, agora no Rio de Janeiro, o carioca disse que pretende retornar aos poucos à vida normal, na medida do possível. Sair para ir a uma padaria, por exemplo, e já pensando no retorno ao trabalho na sua loja quando tudo isso passar.

Fábio Cardoso