Pelo Twitter, Mandetta avisa que foi demitido do Ministério da Saúde por Bolsonaro

Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acaba de anunciar em suas redes sociais que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”, afirmou Mandetta na sua conta do Twitter.

Na mesma mensagem, o ex-ministro agradeceu a toda a equipe que esteve com ele no MS e desejou êxito ao sucessor no cargo de ministro da Saúde. “Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”, disse.

Na manhã desta quinta-feira (16), Bolsonaro abriu a agenda recebendo o oncologista Nelson Teich, que chegou a ser cogitado para o posto durante a campanha eleitoral de 2018. No encontro, segundo relatos de presentes, o médico fez uma exposição sobre as suas propostas para a pasta e expôs seu ponto de vista sobre políticas de enfrentamento ao coronavírus. Participantes do encontro dizem Bolsonaro ficou impressionado com a posição do médico, que recebeu avaliação positiva.

Mandetta e Bolsonaro batiam cabeça todos os dias, com posições totalmente contrárias em relação ao comportamento da sociedade frente à pandemia do coronavírus. Enquanto o ex-ministro insistia no isolamento social, Bolsonaro saia às ruas de Brasília causando aglomerações e afirmando que o coronavírus era apenas uma ‘gripinha’.

Mesmo diante das divergências, os dois, publicamente, mantiveram a cordialidade, mesmo em declarações mais fortes. No domingo, no programa Fantástico, Mandetta, em entrevista exclusiva, disse que o Brasil precisava de apenas um discurso, de uma só voz, quanto ao enfrentamento do coronavírus e que deveria ser o técnico, o científico, sua tese defendida durante todo o processo.

No dia seguinte, na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que o país só tinha um comando, uma voz, e que era a dele.

Na entrevista coletiva de quarta-feira (15), o clima já era de despedida. Mandetta deixava claro que estava saindo, ele e todos os seus técnicos e auxiliares.

No começo da tarde desta quinta, ele foi chamado ao Palácio pelo presidente. Entrou ministro e talvez tenha saído candidato à presidência.

Fábio Cardoso