Casagrande parabeniza Raí pelas críticas à postura de Bolsonaro, que chega “no limite da irresponsabilidade”

Cotidiano Fábio Cardoso

O coxinha do Caio Ribeiro, comentarista do ‘tudo pe bom’ da Globo, bem que poderia ter ficado calado. Após declaração do ex-jogador e ídolo do São Paulo, Raí, afirmar que o presidente Jair Bolsonaro atua “no limite da irresponsabilidade” e contraria recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) – opinião dele e não da instituição São Paulo Futebol Clube, a qual ele é dirigente -, Caio criticou a fala do dirigente.

“Eu não gostei do discurso do Raí. Ele falou muito pouco de esporte e muito sobre política. Por mais que ele diga que é a opinião pessoal dele, hoje ele é o homem forte do São Paulo. E as declarações e opiniões que ele dá respingam na instituição. Então, ele tem que falar de esporte”, disse em participação no Seleção SporTV.

Aí entra em cena o colega de bancada de comentaristas da Globo, Walter Casagrande, ex-companheiro de Sócrates, irmão de Raí, e que criou o movimento ‘democracia corintiana’ nos anos firmes da ditadura militar, na década de 80.

Casão disse: “Eu penso exatamente como o Raí. Sou contra a volta do futebol, neste momento. Todos os dias, as mortes aumentam no país. É um absurdo pensar nisso. Já falei diversas vezes sobre esse assunto”, escreveu Casagrande em publicação em sua conta no Instagram.

“Numa democracia, todas as pessoas podem e devem expressar suas opiniões sobre qualquer assunto, independentemente da sua profissão. Ninguém pode querer censurar a fala do outro e determinar qual o assunto que se pode falar. Isso, no meu entender, é antidemocrático”.
“Enfim, o Raí representou com orgulho o seu irmão, Sócrates (Magrão) e não tenho dúvidas de que ele falaria as mesmas coisas. Cobra-se muito, das pessoas do futebol, a falta de participação e de opinião. O Raí é um dos poucos que se posicionou. Parabéns, Raí! Você seria um grande companheiro na Democracia Corinthiana. Antes de qualquer polêmica, deveríamos nos unir e ser mais solidários, nesse momento tão crítico pelo qual passa a humanidade”, completou Casagrande.

Na entrevista, Raí também havia citado o irmão e ex-jogador corintiano, morto em 2011. “Se vocês acharam o meu depoimento forte, imaginem o Sócrates. Inaceitável, indignação. Na natureza dele, iria se colocar –e, obviamente, eu seguiria na mesma linha– e ao estilo do Doutor Sócrates, que, com certeza, teve uma importância gigantesca na história do país.”

Fábio Cardoso, com Folhapress