Governador da Paraíba e prefeito de João Pessoa lamentam tempo perdido com mudanças no Ministério da Saúde

Brasil

O governador da Paraíba, João Azevêdo, se mostrou contrariado com mais uma mudança no comando do Ministério da Saúde. “Infelizmente um mês sem avançarmos e agora mais um vácuo que será criado na Gestão da Saúde do país”, afirmou Azevêdo, em entrevista ao site G1, nesta sexta-feira (15).

Para o governador paraibano, a saída do ministro Nelson Teich da Pasta da Saúde ocorre “no pior momento da crise sanitária vivida pela Brasil. Onde iremos parar”, questionou Azevêdo.

Nelson Teich surpreendeu o país nesta sexta-feira no final da manhã, momento em que informou a sua saída do ministério. A decisão do médico vem menos de um mês após ele aceitar o cargo, substituindo Luiz Henrique Mandetta, demitido pelo presidente em 16 de abril.

Na coletiva de imprensa desta tarde, Teich apenas fez um pronunciamento rápido, afirmando que “a vida é feita de escolhas. E eu hoje escolhi sair”. Ele não respondeu qualquer pergunta e também não explicou as razões que o fizeram deixar o governo.

Porém, não precisa ser muito inteligente para entender os motivos da saída de Teich. Dois pontos são apontados como decisivos: discursos e pontos de vistas diferentes entre ele e o presidente Jair Bolsonaro quanto ao isolamento social e o uso da cloroquina para tratamento do coronavírus. Enquanto Bolsonaro defendia o afrouxamento social e o uso do novo medicamento, Teich insistia o contrário.

Essa é a segunda troca no Ministério da Saúde em meio à pandemia da covid-19, que já fez quase 14 mil vítimas e 202.000 infectados no Brasil. O general Eduardo Pazuello, hoje número dois da Saúde e já cotado para substituir Teich, assume o cargo interinamente.

Já o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, afirmou ser muito preocupante a mudança de um ministro de Saúde em menos de um mês. “O Brasil assiste à segunda mudança no Ministério da Saúde, que deveria liderar o combate à pandemia. É muito preocupante esta situação, justo em um momento tão grave, de crescimento da propagação do vírus”, afirmou na sua conta do Twitter.
De acordo com Cartaxo, nesta luta, “é preciso mais do que nunca unir todas as forças, combatendo o verdadeiro inimigo, que vitima milhares de brasileiros. Não se pode perder tempo nem adiar os procedimentos indicados pela ciência. Toda vida conta”, pontuou o prefeito.

O deputado federal Efraim Filho, do Democratas da Paraíba, foi um dos políticos que lamentou a saída de mais um ministro da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. O líder do Democratas na Câmara Federal, disse também ao G1 que Teich sai sem deixar saudades e apontou que a impressão é de que ele nunca assumiu a pasta realmente.

“Nelson Teich parte sem deixar saudades. A impressão é de que ele nunca assumiu realmente. Vi praticamente um mês perdido de Ministério da Saúde no ponto mais crítico da pandemia”, disse.

Fábio Cardoso