Pesquisa revela os planos de viagem e a percepção de risco do viajante brasileiro na pandemia

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Parte fundamental para a retomada do Turismo, o consumidor foi o foco de uma pesquisa realizada pelo Laboratório de Estudos em Sustentabilidade e Turismo da Universidade de Brasília (LETS/UnB) e o LAPSOCIAL – Laboratório de Psicologia Social, com o apoio da BRAZTOA (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo).

Quais os planos de viagem e suas alterações para 2020 e 2021? Quais as percepções sobre a pandemia e incertezas? Quais são os destinos de preferência e os fatores mais importantes para que as pessoas optem por voltar a viajar? Esses foram alguns dos questionamentos feitos e cujas respostas poderão dar mais clareza sobre o cenário e para que os players do mercado turístico possam traçar suas estratégias para a retomada dos negócios.

A maioria dos participantes acredita que a pandemia durará até 6 meses (67%), ou seja, trata-se de um curto prazo. No entanto, percebem a Covid-19 como doença de alta severidade (52%) e veem alta possibilidade de se infectar caso viajem em 2020 (56%) tópico que diminui em 2021. Isso explica os dados a seguir.

2020 foi um ano bastante afetado nas intenções de viagem. 70% dos entrevistados revelaram ter planos de viagem para o período, mas 60% dessas pessoas relataram que o planejamento inicial foi alterado pela Covid-19. Apesar disso, o adiamento das viagens (56%) predomina sobre o cancelamento (36%).

Já as intenções de viagens para 2021 chegam a 82% dos respondentes, que relataram, em sua maioria (76%), que esses planos não foram alterados e aqui a renda surge como determinante: quanto maior a renda, maior a intenção de viajar em 2021.

O novo viajante e o que mais importa para voltar a viajar

Muito tem se falado sobre o novo viajante e sobre o que as pessoas buscarão nas viagens pós-pandemia. Segurança e ausência de risco à saúde aparecem como quesitos primordiais para que as pessoas voltem a viajar, seguidos da vacina para Covid-19, estabilidade financeira, e controle sanitário, respectivamente.

Isso mostra que o setor está no caminho certo, delimitando novos protocolos de higiene e saúde, criando cartilhas informativas ao consumidor e mostrando seus profissionais cada vez mais atentos às medidas adotadas em todo o mundo e em diversos setores relacionados à indústria de Turismo. Transparência e clareza são fortes condutores para uma maior adesão às viagens.

Já entre as preferências, 80% ou mais dos participantes preferem encontrar pessoas de culturas diferentes (89%); ter liberdade e flexibilidade (82%); lugares com considerável nível de relaxamento (82%); e destinos novos e diferentes (80%).

“O diferencial do serviço personalizado, que ofereça opções longe das massificações, sempre foi importante e será essencial neste momento. Todos os produtos e serviços de uma viagem deverão ser revistos e adaptados para cada cliente, independente do destino escolhido”, comenta Roberto Haro Nedelciu, presidente da BRAZTOA.

Para 2020, as viagens nacionais estão entre as prioridades dos brasileiros e representam 60% das intenções.  Destaque para o Nordeste (21,8%) e Sudeste (19,8%), seguidos pelo Sul, Centro-Oeste e Norte do Brasil, respectivamente.

Em 2021, a preferência dos participantes são os destinos internacionais (51%). Regiões como Europa (21,6%) e América do Norte (14,4%) ganham destaque.

Os consumidores seguem buscando referências e informações em diferentes fontes. Nas viagens em que optam pela contratação dos serviços de agenciamento, os motivos dessa escolha se baseiam em 1) Segurança/Confiança; 2) Comodidade/Praticidade; e 3) Suporte.

Sobre o estudo

Participaram da pesquisa 1.136 pessoas de todos os estados do Brasil, todas com alta experiência em viagens nacionais (mais de 10 nos últimos 5 anos) e relativamente alta experiência de viagens internacionais (43% realizaram até 5 viagens internacionais nos últimos 5 anos, 18% realizaram entre 5 e 10 viagens, 10%, entre 10 e 20 viagens, 7%, mais de 20 viagens, e 22% não realizou viagem internacional nos últimos 5 anos).

A maioria dos participantes da pesquisa foram mulheres (70%), com alto nível de formação (predominantemente pós-graduação e ensino superior completo) e idade média de 41 anos.

“A pesquisa é um importante passo na aproximação entre academia e mercado no setor de turismo. Atuar ao lado da BRAZTOA e ser um braço para algumas de suas ações estratégicas me deixa orgulhosa e feliz em saber que os dados levantados farão diferença para os próximos passos de diversas empresas” disse Helena Costa, Professora Associada do Departamento de Administração da Universidade de Brasília, Doutora em Desenvolvimento Sustentável, Mestre em Turismo e Líder do Laboratório de Estudos de Turismo e Sustentabilidade da UNB.

Apoio para Análise e Metodologia da Pesquisa
Dra. Helena Costa
LETS – Laboratório de Estudos de Turismo e Sustentabilidade
UnB – Universidade de Brasília

Agência Guanabara