Governador da Paraíba afirma que flexibilização será decidida pelas prefeituras e segmentos sociais e nega lockdown

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O governador da Paraíba, João Azevêdo, anunciou na noite deste domingo (31), por meio de uma live, as novas medidas restritivas que serão adotadas a partir desta segunda-feira (01) em todo o Estado. Nesse dia, o governo começará a ouvir representantes de todos os segmentos sociais e produtivos, no sentido de estabelecer medidas de acordo com quatro indicadores e bandeiras, que deverão ser adotadas pelas prefeituras de comum acordo com a sociedade.

As novas medidas de restrições severas valem até o dia 14 de junho. No dia 15 de junho, segundo Azevêdo, será possível dar início à flexibilização.

Antes de anunciar as medidas, o governador fez algumas considerações sobre o momento a qual vive a Paraíba, criticando as pessoas e grupos que se dedicam a fomentar a discórdia e as fakes news para desestabilizar as ações do Governo e da maioria das prefeituras. “O lockdow não está sendo decretado”, afirmou, até porque, em nenhuma cidade do Brasil essa medida pode ser tomada sem que todos os entes tenham o mesmo discurso.

Azevêdo tachou de ‘grupos pequenos, minoria’, aqueles que tentam, ‘por ganância, por politicagem, por má-fé e desinformação’ provocar pânico nas pessoas nesse momento em que vidas estão sendo perdidas todos os dias.

No plano apresentado pelo governador, os quatro indicadores serão as taxas de obediência ao isolamento social; à progressão de casos novos; à letalidade; e a ocupação hospitalar.

As cores serão Verde, quando todos os setores poderão estar funcionando, porém, com medidas de distanciamento social; Amarelo, restrição de funcionamento das atividades comerciais; Vermelho, funcionamento de atividades essenciais; e Preto, risco de adoção de lockdown.

Durante a live, o governador afirmou que todas as ações que o Governo vem realizando no combate ao coronavírus são transparentes. Ele disse que todas as ações podem ser conferidas na site do governo, com informações que vão desde o número de mortes – até este domingo já foram 360 óbitos – até o número de pessoas que foram testadas. “Seguimos todos os protocolos definidos pelas autoridades da Saúde e temos um dos melhores desempenhos do país”, afirmou.

Respiradores – Azevêdo disse que logo que iniciou o primeiro decreto, dia 22 de março, o Governo fez uma compra de 84 respiradores. No dia dois de abril receberam uma carta do fabricante dizendo que o Ministério da Saúde havia confiscado os aparelhos. “O governo tentou fazer outras compras, mas sem sucesso, por conta da demanda”. A atual gestão do Ministério da Saúde começou a enviar os equipamentos, além de o estado ter recuperado diversos respiradores, além de ter feito manutenção e remanejamento de outros.

Contratação de pessoal – Azevêdo disse que foram contratados 3,525 profissionais, dos quais 233 são médicos trabalhando, ajudando a vencer a pandemia, independente de posições de alguns conselhos, estão na frente enfrentando a situação do momento, salvando vidas, digno de elogio.

Testes rápidos – Há necessidade de se fazer teste cada vez maior, em mais pessoas. Foram contratados 310 mil testes rápidos, recebidos 145 mil do Ministério da Saúde, que foram distribuídos para todos os 223 municípios paraibanos, que receberam mais de 100 mil testes, com resultados de mais de 40 mil testes. A Paraíba é o segundo Estado do Nordeste e sexto do Brasil que tem maior número de pessoas testadas. Para que tenha um perfil epidemiológico, respaldado na ciência para enfrentar essa doença.

Leitos – Fizeram um plano de contingência para 1.312 leitos, 412 de UTI, 900 leitos de enfermaria – 839 foram implantados. Hospital Unidade 2 da Maternidade Frei Damião e das Clínicas de Campina Grande oferecerão 443 novos leitos, faltando 230 leitos de todo o plano, desses, 107 de enfermarias e 123 de UTI. Cabe ao Estado oferecer 63 leitos; 52, as prefeituras e universitários, 06. Serão 1.082 leitos à disposição. “Esforço gigantesco de todos. Não temos filas à espera de UTI na Paraíba”, pontuou o governador.

Rede privada – Cerca de 90% dos leitos ocupados na região de João Pessoa. Hospitais privados estão com capacidade quase no limite. Hospital da Unimed, 83%; São Francisco 100%; Hospital Nossa Senhora das Neves, 75%, HapVida, com 89%; e em Campina Grande, o Hospital Santa Clara, 60%; e Hospital Antônio Targino, com 100%.

Fábio Cardoso