Presidente da Abear revela que companhias aéreas iriam discutir aviação regional com o Governo Federal

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O presidente da Abear – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, revelou que a associação estava se preparando para discutir com o Governo Federal o início de um grande projeto para o desenvolvimento da aviação regional. Segundo ele, já estava sendo agendada uma reunião com o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, para a apresentação de uma proposta de política de aviação regional, antes do começo da pandemia do coronavírus. Com a crise de saúde pública mundial, o projeto foi arquivado, por enquanto.

Sanovicz participou de uma live promovida pelo Turismo em Foco, oportunidade em que afirmou que a Abear pretendia iniciar o processo de reconstituir um debate que necessariamente passa por políticas públicas. Sanovicz disse que a associação fez um criterioso estudo baseado em projetos desenvolvidos pelos mercados dos Estados Unidos, Ásia e Europa, onde parte da base da aviação se baseia em cidades de pequenos e médios portes.

“Aguardaremos o fim da pandemia e a normalização da malha aérea para então começarmos a pensar na retomada desse debate”, disse.

O executivo citou a política de subsídio promovida pelo governo dos Estados Unidos, considerado uma meca do capitalismo e que oferece voos até no Alasca, assim como em comunidades indígenas ou pela necessidade de serviços para a população, a exemplo da área de saúde, como exemplo. Esse estudo, então, indicaria que a proposta da Abear se basearia em um programa de subsídios para a aviação regional com recursos dos cofres públicos.

Para Sanovicz, a aviação comercial não gera demanda, “ela atende demanda”. “Nós gostamos de voar, mas uma das características de voos regionais no Brasil é que a demanda oscila demais e isso é devastador, porque precisamos alterar muito rápido os planos de voos e isso é muito complicado nesse mercado”, pontuou.

Ainda sobre o projeto de regionalização da aviação, o presidente da Abear disse que se houver a implantação de uma malha regional no Brasil, os estados do Norte e Nordeste serão os mais beneficiados, em especial, a Amazônia Legal e as cidades secundárias.

Retomada de voos

Sobre a retomada de voos no Brasil, Sanovicz revelou que até julho a malha aérea já estará com 353 voos sendo operados pelas companhias aéreas, o que representa cerca de 14% do total da malha normal. A estimativa tem como base se não houver qualquer repique da doença. Porém, o executivo disse que não há dados ou referência que indiquem um retorno acelerado, que deve levar de 12 a 15 meses para estar efetivamente sendo 100% operado.

Fábio Cardoso