Começou nesta segunda-feira (10) o Webinário “Cenários do Turismo”, promovido por meio de uma parceria entre o BTM – Brazil Travel Market e o Grupo VC Eventos. No primeiro dia da série, o jornalista Antônio Roberto mediou o detabe com os secretários de Turismo do Ceará, Arialdo Pinho, e do Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu, Gilmar Piolla. O tema abordado foi “Estratégias e desafios dos destinos nacionais na retomada”.
Para Arialdo Pinho, apesar das restrições do Brasil no mercado internacional para viagens, a retomada do turismo não passará pelo turismo regional, como entende a maioria dos secretários de turismo do Nordeste, em especial. Segundo ele, o turismo regional não sustenta uma cadeia de 55 mil leitos disponíveis no Ceará e, por isso, a aposta dele está na retomada do voos internacionais e, para isso, já existe um planejamento de chegadas desses voos pelas companhias aéreas.
Arialdo Pinho disse que já existe um calendário para o retorno dos voos, sendo a TAP a primeira a pousar no Aeroporto de Fortaleza, com duas frequências semanais. No final de setembro está previsto o retorno dos voos da Copa Air Lines, para os Estados Unidos. Em outubro, a partir do dia 10, estão previstas as chegadas de voos da KLM e Air France. Em novembro serão iniciadas as operações da Air Europa. Fechando esse calendário, a Gol deve retomar seus voos internacionais em dezembro.
O olhar do secretário de Turismo do Ceará para os turistas estrangeiros tem sentido a partir do momento em que esse tipo de turista geralmente fica mais tempo no destino, tendo em vista a longa viagem. Segundo, porque são turistas que tendem a gastar mais em função de diferença do câmbio, já que o real é uma moeda fraca em relação aos euros e dólares. Até março de 2021, Arialdo Pinho disse que as frequências de voos internacionais chegarão ao patamar de 100%.
Em 2019, o Ceará recebeu 50 mil turistas estrangeiros e 3,5 milhões de brasileiros. Antes da pandemia, o movimento do aeroporto apontava a chegada e partida de 550 voos diários. Esse número baixou para 100 por dia. Segundo o secretário de Turismo, até dezembro, a expectativa é de que o movimento chegue a 80%, porém, ainda respaldado aos voos nacionais, vindos dos principais emissores de turistas para o Estado, como São Paulo (interior e capital), Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, nessa ordem.
Por outro lado, Gilmar Piolla, um pouco mais comedido, aposta no turismo internacional, mas olhando para as fronteiras mais próximas, como os da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. Não à toa, que a low cost Jet Smart, segundo ele, já prevê a retomada do voo saindo do Chile para Foz do Iguaçu em outubro, o mesmo período da retomada da Latam Peru, que prevê voos entre Lima e a cidade paranaense. A Amazonas, que opera voos a partir da Bolívia e Peru, prevê retorno dos voos para novembro.
O aeroporto de Foz do Iguaçu passa por um processo de melhoria em sua infraestrutura, inclusive, conforme destacou Piolla. Estão sendo investidos R$ 130 milhões – dos quais R$ 80 milhões da Itaipu -, para reforma e ampliação do terminal de passageiros e obras complementares, como ampliação do pátio de aeronaves, duplicação da via de acesso ao aeroporto e de implantação de nova pista de táxi, que estão com o cronograma bem adiantado e têm previsão de entrega ainda este ano. A conclusão total das obras está prevista para abril de 2021. A rede hoteleira de Foz tem 51 mil leitos.
Na terça-feira (11), o debate irá reunir para debater sobre o que podemos aprender com ações e protocolos de destinos mundiais, Fernanda Longobardo, responsável pela ENIT – Agência Nacional Italiana de Turismo – sede Brasil -, e Jeff Santos, representante para a América do Sul do Tourism Authority of Thailand.
Fábio Cardoso