Era natural de Serra Redonda, no Agreste da Paraíba, a funcionária de um bar baleada e morta durante confronto entre duas facções de bandidos que disputavam pontos de drogas na região de Rio Cumprido, no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (26). Ana Cristina, de 25 anos, estava indo trabalhar no bar quando se viu encurralada no meio do tiroteio. Ela levou dois tiros, um na cabeça outro na barriga, ao tentar salvar a vida do filho, de apenas três anos de idade.
De acordo com o cunhado dela – em entrevista publicada no portal Jornal da Paraíba -, Luciano Batista, Ana Cristina morava no Rio de Janeiro há oito anos. O corpo dela será enterrado nesta sexta-feira (28), no Cemitério do Caju, no Rio.
Outra cunhada da paraibana, que mora no Rio, afirmou ao G1 que não tinha mensagem para deixar, “só tem indignação, só tem um pedido, né: Justiça pra ser feita. Foi apenas bandido contra bandido, parece que o Rio todo está tomado de bandidos. Isso que dá pra perceber”, afirmou Vânia Brito. “A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente, mas de uma hora pra outra você morre pra salvar a vida de um filho.”
Informações do Corpo de Bombeiros apontam que o tiroteio intenso impediu o atendimento mais rápido. Ana Cristina foi levada para o hospital, mas já chegou sem vida.
O tiroteio entre facções levou pânico para toda região de Rio Cumprido, mas se estendeu a vários bairros do Rio de Janeiro. Vários bandidos tentavam sair do local em grupos, mas foram cercados pela polícia, que tinha conhecimento antecipado da disputa. Os policiais cariocas estão proibidos de realizar operações nas comunidades durante a pandemia do coronavírus.
Porém, montou um esquema para esperar que os bandidos saíssem daquela área. Houve novos confrontos, agora entre policiais e bandidos. Na fuga, muitos deles invadiram prédios e casas, fazendo os moradores de reféns. Após negociações, que duraram até o meio da tarde desta quinta-feira (27), todos se entregaram. Nenhum morador foi ferido, segundo a polícia.
Fábio Cardoso
