Ruraltur digital terá sala de cinema e vídeo para apresentar curtas paraibanos

Destaque Eventos

Apresentar a riqueza cultural por meio de filmes que produzidos na Paraíba e no Nordeste brasileiro. Este é o propósito da sala de cinema da 16ª Ruraltur, que contará com sete curtas consagrados de cineastas paraibanos clássicos e contemporâneos. “É uma alegria muito grande poder reunir duas áreas da economia criativa em um evento especial – a Ruraltur.

O cinema e o turismo têm uma proximidade na medida em que um pode integrar o outro, representando fatos da história da região. Estamos preparando uma programação para encantar a todos”, adianta João de Lima, cineasta, vice-presidente da Associação Paraibana de Cinema, coordenador do NUDOC-UFPB, professor do Decom no curso de cinema e organizador da sala de cinema e vídeo da feira. Os filmes serão exibidos nos dias 1, 2 e 3 de setembro, das 22h às 00h.

A transmissão será aberta ao público e promete surpreender com filmes que revelam paisagens, personagens e costumes do universo rural nordestino.

“Será um painel rico em conhecimento, trazendo desde perfis de escritores, como José Américo de Almeida e Ariano Suassuna, a obras experimentais de um cinema mais clássico, como o de Linduarte Noronha com o filme ‘Cajueiro Nordestino’, por exemplo”, explica.

Um dos curtas da programação é o “Onde meus Olhos podem Alcançar” com direção de Leonardo Gonçalves. “Este filme traz memórias de personagens que desenvolveram o hábito de recitar versos olhando o campo em poéticas paisagens do Brejo paraibano”, conta João de Lima.

Outro destaque será “Cajueiro nordestino”, de Linduarte Noronha, mundialmente reconhecido pelo seminal “Aruanda”. “O filme de 1962 traz uma monografia científica que serve de ponto de partida para o cineasta trazer ao público uma pérola da culinária nordestina, o caju”, conta.

Além disso, o público poderá assistir também “Uma flor na várzea”, com direção de Mislene Santos e Matheus Andrade, “Romão”, de Vânia Perazzo, e “Ariano Suassuna: Cabra de Coração e Arte”, com produção e direção de Las Luzineides, João Carlos Beltrão e Cláudio Brito.

Confira os filmes que serão exibidos:
J. Borges (2003)
Direção: Laurita Caldas
Duração: 7 min
O cordelista J. Borges é famoso por ser além de um criador gráfico (capista e impressor de incontáveis folhetos da tradição popular) um profundo amante das histórias desse gênero tão popular nas feiras livres no país. A obra de Laurita Caldas arrebatou diversos prêmios quando de sua participação em festivais de cinema e vídeo, criando uma ambiência extremamente rica a partir de uma visita nas oficinas do velho impressor.

Onde meus olhos podem alcançar (2020)
Direção: Leonardo Gonçalves
Duração: 3 min
O que Fernando Pessoa comunica a uma agricultora de Alagoa Grande, na Paraíba? A resposta vem na forma como o cineasta Leonardo Gonçalves vasculha a memória de personagens que desenvolveram o hábito de recitar versos olhando o campo em poéticas paisagens do brejo paraibano.

Uma flor na várzea (2006)
Direção: Mislene Santos e Matheus Andrade
Duração: 20 min
A flor – Margarida – foi abruptamente violentada pela explosão de um fuzil na paz do seu lar. Margarida Maria Alves não merecia esse trágico fim. Foi silenciada a mando do latifúndio, porém o trabalho da dupla de documentarista foi investigar as ramificações desse acontecimento com o poder local. E mais, explicar aos espectadores que as ideias que a líder sindical deixou continuam no clamor de inúmeras vozes não silenciadas.

Romão (1982)
Direção: Vânia Perazzo
Duração: 15 min
A cineasta Vania Perazzo acompanha o cotidiano do agricultor e artista Romão. Deu voz à sua singular personalidade de andarilho nas redondezas da cidade de Areia. A forma como cria e se diverte com seu improvisado berimbau e conjunto de latas reaproveitadas do lixo é comovente.

Ariano Suassuna: Cabra de Coração e Arte ou o Cavaleiro da Alegre Figura (2008)
Produção/Direção: Las Luzineides, João Carlos Beltrão e Cláudio Brito
Duração: 49 min
A dupla de cineastas com o apoio do coletivo Las Luzineides, conseguiu flagrar Ariano Suassuna e familiares numa tranquila tarde de conversas. Daí surge uma obra que explica grande parte da genialidade do escritor paraibano radicado no Recife e a obra literária relacionada ao alto sertão da Paraíba, sua fauna e sua flora. Pouquíssimas pessoas tiveram o privilégio – que ora é compartilhado com o espectador – de ver tão bem explicado em imagens e sons esse universalista da cultura nacional.

Cajueiro nordestino (1962)
Direção: Linduarte Noronha
Duração: 20 min
Uma monografia científica serve de ponto de partida para o cineasta Linduarte Noronha – mundialmente reconhecido pelo seminal “Aruanda” – trazer ao público uma pérola da culinária nordestina, o cajú. Vazado em experiências formais de buscar um cinema “puro” ele mostra-se tão criativo – ou mais – como no seu primeiro filme.

A Bagaceira – livro e contexto (1998)
Direção: João de Lima e Manuel Clemente
Duração: 7 min
Elisalva Madruga, especialista na obra de José Américo de Almeida, concede uma substancial entrevista para resumir o trabalho criativo do paraibano que inaugurou o romance regionalista brasileiro. Também Odilon Ribeiro Coutinho nos conta da inserção dessa obra no contexto nacional. A fotografia é do experiente Manuel Clemente, que por mais de cinco décadas enquadra o litoral, brejo e sertão da Paraíba.

VivasComunicação