Parada cardíaca provoca a morte do jornalista Humberto Lira, que lutava contra o coronavírus

Cotidiano

Uma parada cardíaca ocorrida na madrugada desta segunda-feira (31) provocou a morte do jornalista Humberto Lira, que vinha lutando pela vida desde o dia 21 de agosto, quando foi internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Santa Isabel, com coronavírus.

Desde o primeiro dia em que esteve no hospital, Lira e a família viveram momentos de muita tensão e esperança. No segundo dia em que estava internado, o jornalista chegou a ter a primeira parada cardíaca, quando teve que se entubado. Fazia hemodiálise todos os dias e ainda tomou aplicação de plasma, um tratamento que, segundo os médicos, tem efeito positivo mais rápido.

O estado de saúde do jornalista chegou a ter melhora considerável no sábado passado, segundo relatos de familiares, que tinha até a esperança dele sair da UTI. Porém, no domingo, nem mesmo a sessão de hemodiálise foi terminada, já que o coração começou a acelerar, forçando a equipe médica interromper esse procedimento.

Segundo relato da família, na tarde deste domingo (30), Lira teve complicação nos rins e foi descoberto muito líquido nos pulmões. A equipe médica faria uma avaliação para a realização de uma cirurgia para a retirada, mas uma nova parada cardíaca levou a óbito o jornalista, com os médicos não conseguindo reanimá-lo.

Humberto Lira era um dos jornalistas mais brilhantes do noticiário policial. Tinha um faro incomum entre os profissionais e, apesar de atuar em uma área difícil pelo contexto e riscos das reportagens, sempre foi uma pessoa cheio de vida e energia. Lira era uma pessoa que não tinha nenhuma dificuldade de dizer que estava na redação. Barulhento, brincalhão, chato (às vezes) e sempre amável com todos, foi cativante e ajudava, principalmente, os mais novos.

Lira atuou por mais de 40 anos no Sistema Correio da Paraíba, onde se aposentou recentemente. Mas, mesmo longe do dia a dia do trabalho, continuava a visitar os ex-companheiros de batente, sempre com a mesma irreverência. Apelidado de ‘vovó’ – tinha vários ‘netinhos’ – Lira já está deixando bastante saudade no meio jornalístico.

A família ainda não informou sobre o enterro, mas já se sabe de que não deverá ocorrer velório. Lira iria completar 78 anos no dia 21 de novembro. Deixou dois filhos.

Fábio Cardoso