Ministro do Turismo é demitido por criticar negociatas de cargos por apoio do Centrão ao candidato de Bolsonaro na Câmara Federal

Brasil

A velha e surrada prática de entrega de cargos provocaram a demissão do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, na tarde desta quarta-feira (09), pelo presidente Jair Bolsonaro. Nesse episódio, porém, a diferença foi a crítica feita pelo então ministro contra Luiz Eduardo Ramos, colega da Secretaria de Governo que, segundo Marcelo, teria pedido a cabeça dele ao presidente, em busca de votos para obter apoio do Centrão para eleger o deputado Arthur Lira (PP-AL) presidente da Câmara Federal.

Em mensagem distribuída para um grupo de whatsapp, Marcelo Álvaro chamou Ramos de ‘traíra’, afirmando ainda que este havia pedido a Bolsonaro para demiti-lo a fim de entregar o cargo para o Centrão, o bloco parlamentar de apoio ao governo na Câmara. Ramos é o responsável pela articulação política do governo com o Congresso.

“Não me admira o Sr Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados”, escreveu Álvaro Antonio.

Com o apoio do governo, o Centrão lançou a candidatura do líder do bloco, deputado Arthur Lira, à presidência da Câmara, para a sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), cujo grupo também deve lançar uma candidatura.

Álvaro Antonio, que é deputado federal pelo PSL de Minas Gerais, afirmou que, com as concessões ao Centrão, o governo paga um preço “nunca visto antes na história” para a aprovação de matérias na Câmara.

“Ministro Ramos, o Sr entra na sala do PR comemorando algumas aprovações insignificantes no Congresso, mas não diz o ALTÍSSIMO PREÇO que tem custado, conheço de parlamento, o nosso governo paga um preço de aprovações de matérias NUNCA VISTO ANTES NA HISTÓRIA, e ainda assim (na minha avaliação), não temos uma base sólida no Congresso Nacional, (tanto que o Sr pede minha cabeça pra tentar resolver as eleições do parlamento, ironia, pede minha cabeça pra suprir sua própria deficiência)…”, disse.

Na mensagem, Alvaro Antonio insinuou que o ministro Ramos “não tem capacidade” para ocupar a função que exerce.

“Nem por isso Ministro Ramos, fui ao PR pra dizer que o Sr não tem capacidade pra atuar em tal função, AO CONTRÁRIO, várias vezes ofereci ajuda pra que o Sr tivesse êxito em suas atribuições (ex: Contratação do Carlos Henrique, abrindo espaços no MTur)”, escreveu.

Redação