João Azevêdo revela que paraibanos podem começar a ser vacinados contra o coronavírus até o final de janeiro

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O governador da Paraíba, João Azevêdo, revelou nesta sexta-feira (08) que os paraibanos podem começar a ser vacinados contra o coronvavírus, possivelmente, até o final do mês. Nesta sexta, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – que conduz os estudos da vacina de Oxford desenvolvida pela empresa AstraZeneca no Brasil – e o Instituto Butantan – que produz a vacina CoronaVac – pediram autorização temporária de uso emergencial das vacinas à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A autorização deve acontecer até o final da primeira quinzena de janeiro.

De acordo com o governador, a Paraíba está com o plano de vacinação pronto, com toda a logística de distribuição pronta. “A Paraíba está preparada para, assim que as vacinas chegarem, em 24 horas, fazer com que essas vacinas sejam distribuídas em todo o Estado. Chegando (as vacinas), nós estamos prontos para iniciar a aplicar seguindo todas as etapas que já foram estabelecidas de prioridades”, afirmou.

A expectativa é de que as vacinas comecem a chegar ainda no final de janeiro, conforme informou João Azevêdo. Segundo ele, com o fechamento do acordo para aquisição da vacina CoronaVac por parte do Governo Federal, que era uma demanda de todos os governadores, em parceria com o Instituto Butantan, zerou o processo de discussão sobre a compra entre as duas partes. Na quinta-feira (07), o Ministério da Saúde anunciou a assinatura de contrato com o Instituto Butantan para adquirir até 100 milhões de doses da vacina CoronaVac para este ano.

“O Governo Federal anunciou a compra dessas 100 milhões de doses da CoronaVac, aí sim nós vamos entrar nesse processo de Plano Nacional de Imunização com muito mais capacidade de resposta e eu espero ainda que até o final desse mês as vacinas cheguem” afirmou o governador.

De acordo com João Azevêdo, a posição do Governo Federal em relação a negociação com o Instituto Butantan era “um absurdo”. “O Butantan é o único instituto no país com capacidade de produzir em grande quantidade as doses dessa vacina. Por isso, os governadores fizeram contratos e protocolos para a aquisição das vacinas, caso o Governo Federal continuasse a ignorar o instituto paulista.”

“Isso agora está equacionado e nós ainda vamos ter a oportunidade de receber as doses, até porque toda vacina produzida no Butantan, no Instituto Fiocruz e uma terceira vacina que já começou a ser produzida em Brasília (DF), através da União Química, que é a vacina Sputnik V, da Rússia, que vai entrar também no processo de pedido de autorização para a vacinação emergencial. O Brasil vai ter a capacidade de produzir mais de 80 milhões de vacinas por mês. Então nós vamos resolver os nossos problemas e brevemente começar a exportar as vacinas para outros países.”

Sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro, que continua a ignorar a gravidade da doença, aparecendo em público sem máscara e gerando aglomerações, além de procurar politizar as discussões sobre a autorização da aplicação das vacinas, João Azevêdo disse que essa não tem sido a posição dos ministérios.

“Existe uma questão que é a opinião do presidente e outra que é a operacionalização dos Ministérios. O Ministério (da Saúde) tem demonstrado, dentro de suas limitações, esse objetivo (de vacinar). O ministro fez uma declaração, há menos de dois dias, em um pronunciamento à Nação, dizendo como vai agir. Se você coloca um ministro para se posicionar publicamente, informar a toda população do pais quais são as medidas que estão sendo tomadas, eu duvido muito que o presidente possa alterar essa decisão do que está acontecendo nesse momento. Seria um absurdo acontecer isso. Eu nem torce e nem quero que isso aconteça.”

Fábio Cardoso