Criatividade e colaboração podem ser alternativas para driblar efeitos da pandemia durante São João, diz Sebrae Paraíba

Brasil

Pelo segundo ano consecutivo, as festividades presenciais de São João, tão tradicionais no mês de junho no Nordeste, não poderão ser realizadas em decorrência da pandemia da Covid-19. No entanto, o uso da criatividade e a busca por parcerias e colaboração entre as empresas podem ser caminhos para aquecer as vendas no período e celebrar a data comemorativa com segurança, segundo o Sebrae Paraíba.

A gestora de turismo e economia criativa da instituição, Regina Amorim, afirmou que as empresas precisam sair do ambiente individual de negócios e migrar para o ambiente da colaboração, exercitando as parcerias com outras empresas da cadeia produtiva da festa popular de São João através de uma nova visão que transforma essa situação de ameaça em uma grande oportunidade. “É possível alcançar o resultado desejado por meio de uma cultura colaborativa. Impulsionar vendas é encher de boas ideias a mente dos seus clientes e fazer boas parcerias com negócios que se complementam”, argumentou.

Além das empresas que vendem comidas típicas do período, a gestora apontou que lojas de artigos juninos de decoração, decoradores, trios de forró pé-de-serra e serviços de café da manhã para empresas com os kits individuais para cada funcionário, por exemplo, podem ter as vendas aumentadas durante o São João. “Lojas de aluguel de roupas e acessórios juninos, meios de hospedagem e as empresas de alimentação fora do lar também. Todos podem possibilitar pacotes de serviços para os consumidores e turistas, mas precisam estar juntos, complementando e até sugerindo os serviços”, enfatizou.

Regina Amorim explicou, ainda, que a economia criativa influencia negócios que utilizam a criatividade, a cultura, o conhecimento e a tecnologia para agregar valor aos bens e serviços. Dessa forma, para pensar criativamente, é preciso se libertar de conceitos inadequados aos novos tempos ou velhas maneiras de fazer a festa junina, bem como qualquer outra data comemorativa.

“Não vejo possibilidades de festa junina na rua, provocando aglomeração, mas a decoração junina das cidades, das empresas, das residências e a contratação de trios de forró pé-de-serra, para dar um clima junino nas empresas, contribuem positivamente para uma experiência prazerosa e o bem-estar dos clientes e dos funcionários. A mesmice não traz mudanças criativas. É importante aproveitar a situação atual para cocriar de forma colaborativa, quebrando os paradigmas e nunca se apropriar da premissa ‘não pode’ para não se reinventar. Criatividade deveria ser prioridade em todas as empresas, para gerar competitividade e agregação de valor”, salientou.

Caixas de afeto – Como forma de driblar os efeitos da pandemia, a empresária Ana Paula Gomes, da hospedagem Casa de Ana, que fica no município de Areia, criou a “caixa de afeto”. Trata-se de uma caixa com diversos produtos, em sua maioria feitos pela própria empreendedora, que podem ser voltadas a variadas finalidades: desde café da manhã ou chá da tarde ou até servir tábua de frios ou petiscos. A ideia deu tão certo que a empresária adaptou para datas comemorativas.

Para o São João, por exemplo, a caixa contará com itens típicos da época, a exemplo de petiscos feitos com queijo de coalho, tapioca, frutas da região, geleia com frutas da região, salgadinhos e pãezinhos com sabor de manteiga da terra. “As caixas são um sucesso e são feitas com muito carinho. Esse é o grande diferencial. Muitos comentam comigo que percebem, através das fotos, todo o empenho que ponho nos produtos. Fora o queijo, todos são produzidos por mim ou têm receitas minhas”, afirmou.

Ao focar no período junino, a empreendedora pensou no fato de os festejos presenciais não serem possíveis neste momento. “Nós montamos a caixa e entregamos. Outra caixa de afeto que gosto de fazer é aproveitando as cachaças locais, como forma de divulgar os produtos da nossa terra. Nossas expectativas são muito positivas”, afirmou Ana Paula Gomes.

Assessoria de imprensa