Ivete Sangalo, Bell Marques, Durval Lelys: que venha mais artistas para o Folia de Rua 2022

Destaque Fábio Cardoso

Sabe aquela história de que é e não é? Ou está contratado e não? Ainda não entendeu, né? Vou ser mais claro: a cantora baiana Ivete Sangalo está contratada, e não, para participar do projeto Folia de Rua 2022. Por que está contratada: porque existem entendimentos para que ela participe da prévia carnavalesca de João Pessoa no próximo ano. E por que ela não está contratada? Porque ainda não há uma certeza 100% de que o evento seja realmente realizado ainda em decorrência da Covid-19.

Ao afirmar que o Folia de Rua poderia ser realizado com a presença da cantora baiana, o secretário de Turismo de João Pessoa, Daniel Rodrigues, estava, também, respondendo a uma pergunta como um dos diretores do bloco Vumbora, que, em 2019, levou para a Via Folia o baiano Bell Marques, que fez um desfile apoteótico lotando a Avenida Epitácio Pessoa. 

Daniel tem fé de que o evento seja realizado, tendo em vista o processo acelerado de vacinação contra a Covid-19 na Paraíba, assim como em todo o Brasil.

A pandemia trouxe muitas incertezas, é verdade, mas esse processo (vacinação) tem dado um grande alento para que o novo normal comece mais rápido do que muita gente imagina. Muitos países do mundo já comemoram o retorno do novo normal com festa populares e torcedores nos estádios de futebol, de basquete, e o Brasil já vê luz no final do túnel, apesar do sacrifício e de tantas perdas nesse período tenebroso.

Mas voltando ao Folia de Rua, afora o entusiasmo da maioria e a resistência de poucos, ele precisa ser programado. É impossível organizar um evento deste porte de um dia para outro. Leva, no mínimo, seis meses, tempo para agendar atrações, negociar patrocinadores, criar parceria com os entes públicos e fazer a divulgação. Não é só o bloco Vumbora que tem negociado atrações de peso para o Folia de Rua. Todos os outros já estão em adiantado processo de negociação e vem muita gente boa por aí.

E por que estamos falando apenas dos blocos que optaram pelo trio elétrico e atrações nacionais? Porque são aqueles que podem sustentar o projeto Folia de Rua. Criado originalmente por alguns agitadores culturais e donos de blocos de arrasto, o projeto tenderia a sumir do calendário de prévias de João Pessoa. Aumentou demais o número de blocos e o dinheiro público ficou mais curto. Nesse meio tempo, os blocos deixaram de ser atrativos até mesmo para os patrocinadores e o público, com raras exceções.

Aí entram os blocos de trios elétricos, que são administrados por empresários da área de eventos musicais e com expertise suficiente para buscar o que há de melhor e mais popular, a exemplo de Bell Marques, Claudia Leitte, Durval Lelys, Alceu Valença, Elba Ramalho, entre outros, que já estiveram participando do projeto. Essa manifestação cultural não reduz a importância do Folia de Rua como movimento cultural manifestado por meio de blocos de arrasto, ala ursas, tribos indígenas… Pelo contrário, passou a ser o coração e impulsionador do evento.

Somente com o desfile do bloco Vumbora, em 2019, foram criados mais de 2 mil empregos diretos e indiretos; houve uma injeção de milhões de reais na economia da capital paraibana, com a comercialização de produtos alusivos à época. A prefeitura teve uma arrecadação de impostos e João Pessoa uma importante visibilidade na mídia nacional e na internacional.

Outro fator positivo, é que os blocos empresariais aliviam o peso do investimento da prefeitura de João Pessoa no projeto, recursos esses que passam a ser administrados com os blocos menores e ampliados para todos os bairros da cidade. Não há investimento público nos blocos de trios elétricos, a não ser com a infraestrutura, segurança e logística de trânsito e na área de saúde. O resto é tudo bancado pelo setor privado.

Então, o princípio de polêmica sobre a afirmativa do secretário de Turismo até que serviu para despertar o debate sobre a realização de grandes eventos na capital paraibana. Queira Deus que no período estejam passando por aqui não somente a Ivete Sangalo, mas Bell, Durval, Anitta, Xuxa… O povo precisa de um pouco de alegria, de diversão, de arte, de cultura. Chega de negativismo. Precisamos tirar da pandemia lições e não amarguras e pessimismo.

Fábio Cardoso