Grupo A Gaspar deve unir hoteleiros de João Pessoa para buscar voos charters

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O diretor de Comercial e de Marketing do Grupo A Gaspar, do Rio Grande do Norte, Ruy Gaspar, admitiu que pretende reunir a hotelaria de João Pessoa para trabalhar a captação de voos charters para aumentar o fluxo de turistas na capital paraibana. O empresário afirmou que o Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, na Região Metropolitana de João Pessoa, se tornou um dos principais entraves para o turismo paraibano e que ele precisa urgentemente de um projeto amplo de revitalização e ampliação, caso contrário, qualquer investimento na hotelaria se tornará inviável financeiramente. “O aeroporto está muito a quem da capacidade de desenvolvimento da cidade e precisa de uma melhoria urgente. Um bom aeroporto conta muito para atrair mais turistas”, enfatizou.

O empresário concedeu entrevista ao jornalista Heron Cid, durante o programa Hora H, transmitido pelo grupo Mais PB no canal do YouTube no dia 21 de maio deste ano. Ruy Gaspar estimou que, com a consolidação do Polo Turístico do Cabo Branco, com a instalação apenas dos três primeiros projetos (Ocean Palace Eco Beach Resort, Amado Bio & Spa Hotel e o Surf World Park, com investimento que supera R$ 500 milhões e que irá abrir mais de 10 mil vagas de empregos diretos e indiretos, a partir do início de construção dos empreendimentos) João Pessoa terá uma demanda de até 300 mil novos turistas de alto poder aquisitivo e que é preciso ter um aeroporto que atenda esse público da melhor maneira possível. 

Segundo Ruy Gaspar, a reabertura do Tambaú Hotel poderia responder se falta voo ou se falta hotelaria em João Pessoa. De toda forma, ele afirmou que a carência de voos regulares poderá fazer com que os empresários do setor hoteleiro se unam para iniciar uma alternativa de buscar os voos charters, com grupos de turistas que passariam uma semana na cidade. “A ocupação apenas no final de semana não resolve o problema dos hoteleiros”, pontuou o empresário.

Na opinião dele, João Pessoa já se tornou uma cidade com imenso potencial de atração de novos turistas e tem condições para ‘segurar’ os visitantes durante sete dias, com inúmeras opções de passeios, praias e natureza plenas, contando ainda com uma das gastronomias de excelência, talvez, a melhor do Nordeste no momento. 

Ainda sobre o aeroporto e os voos charters, Ruy Gaspar disse que tem experiência nesse mercado e conhecimento, inclusive, internacional para captar voos no exterior. De acordo com ele, a marca A. Gaspar, com notória excelência no Rio Grande do Norte, abre uma grande possibilidade para que incentivem as operadoras de charters a investir em João Pessoa. A partir da melhoria da infraestrutura do aeroporto, se dá o impulso que a Paraíba precisa para se tornar o maior destino do Nordeste. 

Tambaú Hotel deve gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos

Ruy Gaspar é um dos executivos do Grupo A Gaspar, que arrematou em leilão realizado no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2021, o Tambaú Hotel, em João Pessoa. O valor vencedor foi de R$ 40,6 milhões, que devem ser pagos em 80 parcelas. Segundo ele, já haviam sido pagos a entrada de 10% do valor, a comissão do leiloeiro (Di Paula Leilões) e as parcelas de maio a março deste ano, com previsão de quitar a parcela de junho no período da entrevista. 

O processo do leilão está na Justiça do Rio de Janeiro e deve ser concluído ainda no final de Agosto, conforme a redação do TURISMO EM FOCO apurou nesta terça-feira (17). O advogado paraibano Rui Galdino questionou na Justiça a lisura do leilão, denunciando que teria havido uma manipulação para beneficiar o grupo norte riograndense. Gaspar negou e afirmou que todo o processo foi legal. 

De acordo com Ruy Gaspar, o grupo deve investir cerca de R$ 60 milhões na reforma e ampliação de algumas áreas. O hotel levará o nome de Ocean Palace Tambaú Beach Resort, uma referência à grife Ocean Palace Resort, empreendimento instalado na Via Costeira de Natal (RN) administrado pelo grupo. O empreendimento deverá gerar 250 empregos diretos, mas o número de empregos indiretos pode superar os 10 mil. No resort em Natal, o grupo tem mais de mil fornecedores. 

No período de baixa estação, conforme Ruy Gaspar, o gasto na compra somente de bebidas e alimentos chega ao valor de R$ 2 milhões, investidos junto aos fornecedores. Tanto na contratação da mão de obra como de fornecedores, a primeira opção será os paraibanos, para que o dinheiro seja injetado na economia local. “99% de nossas compras serão fechadas aqui na Paraíba”, enfatizou.

Sobre o projeto de revitalização, o empresário garantiu que o glamour do Tambaú Hotel não será alterado. Ele disse ter tido conhecimento que o empreendimento em João Pessoa é o segundo mais conhecido do Brasil, perdendo apenas para o Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. “Sabemos que o Tambaú é o queridinho dos paraibanos e vamos fazer com que ele volte a ser o cartão postal de João Pessoa”, disse.

O empresário disse que já estão em andamento vários projetos dessa obra, como os hidráulicos, elétricos, incêndio e apartamentos. Ele admitiu que é muito mais complexo e custoso reformar um hotel do que construir um do zero, na planta, afirmando que há muito o que fazer porque o hotel está bastante deteriorado em função de estar fechado por mais de um ano.

O Tambaú terá o mesmo nível de excelência de serviços do Ocean Palace, inclusive, com o sistema de all inclusive premium, um dos produtos mais vendidos pelo empreendimento do grupo em Natal. Segundo Gaspar, esse será o grande diferencial do Tambaú Hotel e ponto chave para atrair turistas de maior poder aquisitivo para a cidade.

Sobre o que levou o grupo A Gaspar adquirir o Tambaú Hotel, Ruy revelou que era um sonho dele, mas contestado pelos irmãos e pelo pai. Teve um grande exercício de convencimento para tornar o sonho realizado. A partir da obtenção da carta de arrematação e posse do empreendimento, o trabalho será oficialmente iniciado. Ele disse não temer concorrência, pelo contrário. “Como meu pai sempre me disse, ‘quanto mais cabra, mais cabrito’. Iremos unir todos os hoteleiros para tornar João Pessoa, de fato, um grande destino turístico”.

Fábio Cardoso