A cidade de Cabedelo, no litoral norte da Paraíba, é um dos destinos candidatos a ser incluído nas rotas dos cruzeiros marítimos na temporada 2022/2023. O Governo Federal autorizou no final de semana o início da temporada 2021/22, mas o setor já está analisando diversas solicitações feitas para a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos) e Cabedelo está na rota, conforme o coordenador especial do Turismo Náutico da Embratur, Gentil Venâncio.
“Se não fosse a pandemia da covid-19, a gente teria, com certeza, conquistado outras rotas, outras cabotagens e vários outros destinos brasileiros. Cabedelo está na rota da Clia. O Marcus Ferraz (presidente da entidade) tem feito um estudo de viabilidade nesse sentido”, pontuou Gentil. Ele alertou, entretanto, que é preciso que seja sanada, entre alguns gargalos, a conectividade aérea na Paraíba.
“Os cruzeiros com mais de 4,5 mil passageiros precisam de uma união de acessibilidade, de conectividade aérea. Precisamos ter essa garantia, com voos interligados aos cruzeiros em toda a sua integralidade. Eu acho que sanada a possibilidade dessa expansão, há previsão sim de que na temporada 2022/23 um cruzeiro volte a Cabedelo, isso integrado a toda infraestrutura náutica, com veleiros, a pesca, o mergulho”, disse Gentil.
De acordo com o coordenador, Cabedelo está abrindo os olhos para o turismo náutico, “que é uma de suas vocações naturais e que precisa ser potencializado e, desde já, conta com o apoio da Embratur e do Ministério do Turismo para contribuir na sua consolidação”. No domingo (03), a cidade recebeu velejadores de todo o país, que participaram da 32° Refeno – travessia entre Recife e Fernando de Noronha -, no Iate Clube da Paraíba, na praia do Jacaré.
“Cabedelo é um dos destinos mais procurados pelo mar e aqui você vê que os velejadores têm um carinho muito especial pela costa paraibana, sendo uma das principais escolhas deles, e você unir Recife – Fernando de Noronha e concluir a Refeno mais uma vez em Cabedelo é, além de importante para o turismo náutico da Paraíba, para que a gente possa ter um momento de despertar para esse tipo de turismo que é a vocação inicial, principal, da cidade”, afirmou Gentil.
Ele destacou a iniciativa da prefeitura, por meio do secretário de Turismo, Haenel Farias, que tem desenvolvido um excelente trabalho pelo turismo das águas, seja do mar ou do rio, “somando ao mais belo pôr do sol do Brasil, que precisa agregar valores e incentivo maior, com mais investimentos, com mais marinas, inclusive, públicas, entre outros empreendimentos turísticos que potencializem o setor, gerando mais empregos e renda na região”
Na opinião do coordenador, o turismo náutico “é uma vocação que a Paraíba tem como um todo, e a gente há muito tempo não vê uma iniciativa tão importante, uma recepção tão calorosa aos velejadores, às pessoas não só do Brasil, mas de outros destinos internacionais. Cabedelo, através dessa vocação, tem muito trabalho a ser desenvolvido pelo turismo das águas, seja do mar ou do rio”.
Gentil disse que a Embratur tem dado total apoio ao turismo náutico em toda a sua cadeia produtiva, por meio da Coordenação de Especial de Turismo Náutico, através do Jerreneri Vital Ferreira, que é o gerente de promoção internacional de Turismo da Natureza da Embratur; do ministro do Turismo, Gilson Machado; e do presidente da Embratur, Carlos Brito. “Todos têm dado uma importância fantástica a esse segmento. Temos participado dos fóruns náuticos pelo Brasil num trabalho conjunto para que o Brasil desponte no exterior como um destino náutico, que será o primeiro a se recuperar na pós-pandemia, agora com a liberação da temporada de cruzeiros 2021/22, que começa em novembro.”
Turismo Náutico inclusivo
Tornar o turismo náutico inclusivo é um dos desafios que o Governo Federal tem trabalhado para dar essa visão, nessa perspectiva que se tem equivocada, de que o turismo náutico é um turismo de luxo, de elite. “Ao contrário, é um turismo que gera emprego e renda, é a possibilidade de importação de barcos, da diminuição de taxas e tarifas, que muitas vezes são absurdas, dando uma acessibilidade maior para que se tenha um maior número de empreendimentos turísticos”, contextualizou Gentil.
Segundo ele, um barco pode gerar entre três a cinco empregos diretos, até mais. “Então, há um equívoco nessa interpretação, porque, muitas vezes, as pessoas fazem essas críticas sem saber o que o setor gera de riquezas, o quanto agrega toda a cadeia de 52 ramos da economia, que são envolvidos direta e indiretamente nesse mercado. Aqui você vê isso praticamente no Jacaré, no pôr do sol, na Refeno, em Cabedelo, quanto movimenta a economia, não só o barco.”
“O barco em si, traz essa possibilidade de geração de emprego e renda. O turismo náutico trabalha com a pesca amadora, com a pesca esportiva, com a pesca que é feita de forma comunitária e sustentável. É um turismo pelas águas. É desde o barquinho do pescador até os iates e os grandes cruzeiros”, disse Gentil.
Fábio Cardoso