O Outubro Rosa é o mês da conscientização sobre o câncer de mama. Um assunto bastante discutido, e também questionado, principalmente pelas mulheres que são acometidas pela doença, é a infertilidade. A insuficiência ovariana é uma complicação possível do tratamento do câncer de mama, normalmente como sequela da quimioterapia. Mas há como preservar a fertilidade em casos de câncer de mama, antes mesmo do início do tratamento.
Apesar da insuficiência ovariana não ser uma regra em casos de câncer de mama e depender de cada mulher, a especialista em Reprodução Humana e diretora e responsável clínica da Rede Geare Paraíba, Natália Pimentel, destaca que a orientação precoce sobre a preservação da fertilidade pode permitir que uma gravidez futura seja possível.
“Quando falamos em tratamentos de câncer de mama, como a quimioterapia, ressaltamos que podem causar danos irreversíveis à fertilidade. Então, é importantíssimo pensar nesse prognóstico e nessa sobrevida da paciente, porque quando ela pensar em constituir uma família talvez não seja mais possível. No entanto, temos uma taxa de sobrevida de 90% em cinco anos nos casos mais iniciais”, detalha a Dra. Natália.
A especialista explica que algumas estratégias são possíveis para que a mulher com câncer de mama inicie o seu tratamento e, ao mesmo tempo, ganhe a possibilidade de engravidar após a cura da doença. Entre elas estão o congelamento de óvulos e o congelamento de tecido ovariano.
O congelamento de óvulos é a primeira estratégia de escolha para preservação da fertilidade de mulheres com câncer. Para isso, são necessárias cerca de duas semanas até que óvulos maduros possam ser coletados dos ovários estimulados. O caso precisa ser acompanhado tanto por uma especialista em reprodução humana quanto por um especialista em oncologia.
“Hoje já podemos formar, inclusive, o embrião. O tempo de tratamento é curto e rápido, dando tempo para que o oncologista programe o tratamento rapidamente. E já existem protocolos específicos que não exigem uma exacerbação hormonal para não piorar o prognóstico”, explica Natália Pimentel.
Já o congelamento de fragmentos dos ovários é mais recomendável para quem não pode adiar o início do tratamento do câncer de mama por cerca de 15 dias e para situações especiais, como o câncer ainda na infância.
“Estudamos cada vez mais sobre a maturação do tecido ovariano em laboratório, principalmente em crianças. Não é feito de rotina, porque temos muito mais dados sobre a estimulação e o congelamento dos embriões. Mas se esse tratamento prévio não for possível, é possível retirar o ovário e congelar o tecido ovariano”, detalha Dra. Natália Pimentel.
A gravidez depois do câncer é possível para muitas mulheres, mas deve acontecer com o acompanhamento do oncologista e do especialista em reprodução humana. O aconselhamento com especialista em reprodução assistida e com obstetra de alto risco também é altamente recomendável antes de dar início às tentativas de gravidez.
Sobre a Dra. Natália Pimentel – Natália Pimentel é diretora e responsável clínica da Rede Geare Paraíba. Ela tem residência médica em Ginecologia e Obstetrícia, em Cirurgia Endoscópica e em Reprodução Humana (IMIP), além de pós-graduação em Reprodução Humana Assistida pelo Hospital Geral de Valência, Espanha.
Assessoria de Imprensa