Festival das Cataratas apresenta a potência do mercado halal para Foz Iguaçu

Brasil

Dia 2 de dezembro, às 17h, Ali Saifi, CEO da Cdial Halal, ministra uma palestra sobre a “Importância do mercado halal e seus costumes” durante o Festival das Cataratas (PR).

Foz do Iguaçu é a segunda maior colônia árabe-muçulmana do Brasil, com cerca de 25 mil representantes, e está prestes a se tornar a primeira cidade turística com atrativos halal da América Latina. Os primeiros passos foram dados durante a ExpoDubai2020, entre a Cdial Halal, representada pelo CEO, Ali Saifi, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, por meio de seu vice-presidente de Relações Internacionais, Mohamad Orra Mourad, e o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior. E no Brasil, as tratativas já começaram com reuniões importantes com o prefeito de Foz Iguaçu, Chico Brasileiro, o diretor de Assuntos Internacionais, Jihad Abu Ali, e demais entidades da região ligadas aos setores turísticos de Foz.

“Esta cidade já tem muitos atrativos e a adaptação ao halal será mais um deles, o que possibilitará atender a população de origem árabe-mulçumana, que representa quase um 1/3 da população mundial”. E completa: “Há um potencial enorme para Foz do Iguaçu quando todos os setores ligados ao turismo estiverem adaptados. Temos a convicção de um incremento no desenvolvimento e na movimentação da economia que vai beneficiar toda a região”.

Próximos passos para tornar a cidade com atrativos halal – A palavra halal no idioma árabe significa lícito, permitido, de acordo com as regras estabelecidas pela Lei da Jurisprudência Islâmica (Shariah) que rege os costumes dos muçulmanos. O halal para os muçulmanos significa todo o modo de vida deles.

Como servir comida para o muçulmano – Esta comunidade não pode consumir nenhum alimento que contenha derivado do porco e nem bebida alcoólica. É haram, ou seja, proibido.

Portanto, os hotéis, restaurantes e lanchonetes da região precisam começar a pensar em ambientes diferenciados para atender aos muçulmanos. “O muçulmano não pode consumir uma esfirra de frango misturada numa mesma estufa que tem um enroladinho de presunto e queijo”, ressalta Ali Saifi. Toda a alimentação a ser servida deve ser separada, para que não haja contaminação cruzada.

Ambientes apropriados para atendimento – Os hotéis devem preparar instalações especiais, para que o muçulmano possa realizar suas cinco orações diárias. No quarto, é interessante que o estabelecimento indique a direção da Kiblan (direção para Meca, para o muçulmano direcione suas orações). Deixe sempre um Alcorão, tapetes e horários de oração disponíveis nos quartos, além de um frigobar sem bebidas alcoólicas e canais de tevês árabes são bem-vindos. E toda a comida a ser oferecida deve ser halal.

Spas e piscinas – Para que as mulheres se sintam mais à vontade, é importante que o hotel ofereça trajes, para que elas se cubram enquanto estiverem na piscina ou spas. Reserve um horário específico para as muçulmanas frequentarem este local.

Cosméticos – A muçulmana adora se maquiar. Gastam fortunas com produtos cosméticos, mas para que possam consumi-los devem ter a certificação halal. Há muitos cosméticos produzidos no Brasil a partir de matéria-prima suína e bovina. A suína é totalmente proibida para consumo muçulmano. Agora se a matéria-prima for bovina, todo o processo de alimentação e abate devem ser halal.

Etiqueta para atender aos muçulmanos – As mulheres podem se cumprimentar com beijos e abraços. Os homens na maioria das vezes se beijam no rosto. Mas o homem não pode beijar uma mulher. Como forma de respeito, o homem deve cumprimentar uma mulher muçulmana com sua mão direita sobre o lado esquerdo de seu peito. É a forma mais educada e respeitosa. Detalhe: em hipótese alguma a mulher pode dar a mão para o homem.

Evite o contato visual direto ou fixo com o sexo oposto. Para eles, o olhar revela sinais de interesse, atenção, intimidade, etc.

Utilize sempre roupas que cubram o ombro e os joelhos. Shorts e saias curtas não são bem vistos pelos muçulmanos.

Mercado halal – No mundo, a comunidade é de 1.8 bilhão e até 2024 a expectativa é faturar US$ 3,2 trilhões com este mercado: alimentos e bebidas (exceto alcoólicas), comida, turismo, cosmético, fármaco, entre outros.

LN Comunicação