Certa vez um amigo do trade turístico me dizia que quando recebia turistas estrangeiros achava melhor do que o turista nacional, pois era dinheiro vindo de fora do Brasil e não circulando internamente. Tem lógica o que ele falava. Estamos muito longe de nossa capacidade de receber turistas estrangeiros trazendo novas moedas. Políticas de incentivos precisam ser desenvolvidas para o trade ir buscar estes novos turistas. E o que tem atrapalhado precisa ser revisto.
Dos milhares de exemplos que travam o Brasil de receber mais turistas internacionais, relatarei apenas uma: Nossa empresa está iniciando agora em março um Roadshow que passará por 7 cidades neste primeiro semestre. Esta ação tem como objetivo convidar os agentes e operadores nacionais e internacionais para conhecerem o nosso evento e o destino anfitrião (BTM – Brazil Travel Market, exclusivo para profissionais do turismo, que ocorrerá em Fortaleza – CE, em outubro). Sempre começamos pelo exterior, em 2018 e 2019 iniciamos por Orlando e este ano iniciaremos por Portugal. Faremos uma apresentação para 200 agentes e operadores de viagens de duas cidades, Porto e Lisboa.
Na última semana começamos a efetuar os pagamentos dos fornecedores do exterior que devem receber nosso Roadshow (Pagamos toda logística desta ação: A&B, músicos, audiovisual, etc.). Acreditam que incide sobre as transferências para o exterior o recolhimento de IRRF que pode chegar até 25%? Somados o total das taxas e impostos podem chegar a 33%. Além disso, pagamos 23% dos impostos de Portugal (IVA). Acha pouco? Isso equivale a valores acima R$40.000,00 em impostos e taxas para o evento ocorrer em apenas duas cidades (Porto e Lisboa). Esta alíquota nacional foi zerada de 2010 a 2015 e voltou a ser cobrada em 2016. O setor de turismo está sendo bastante afetado e luta por isenção, ainda mais neste período de pandemia.
Resumindo: Teremos um custo adicional de mais de 55% em relação ao mesmo serviço prestado no Brasil… estranho, não? O Brasil precisa ajudar a quem vai buscar turistas para conhecerem nossas potencialidades.
Cláudio Junior