
O empresário potiguar Ruy Gaspar, um dos diretores do Grupo A Gaspar, do Rio Grande do Norte, afirmou que o imbróglio que corre na Justiça há quatro anos, sobre o direito de posse do Hotel Tambaú, em João Pessoa (PB), deve ser encerrado no primeiro semestre deste ano e que não tem dúvida de que será o vencedor e que irá administrar o hotel paraibano brevemente.
Gaspar criticou a iniciativa do advogado paraibano Rui Galdino, que, segundo ele, é o único responsável pela atual situação deplorável por qual passa o Tambaú, um hotel considerado um ícone do turismo brasileiro.
“O Tambaú é um bem do Brasil, é o segundo hotel mais famoso do Brasil, só perde Copacabana Palace (no Rio de Janeiro). É o primeiro da foto nas instalações da falida Varig e não era só no Brasil, era no mundo inteiro. A Varig era nossa maior embaixadora mundo afora”.
O empresário foi entrevistado do programa Ponto de Vista, com Nelson Freire, oportunidade em que falou um pouco mais sobre os investimentos do grupo no setor hoteleiro, mas foi enfático nas afirmações sobre a pendência do hotel na Capital paraibana.
Ele lamentou todo o processo que tramita de forma muito lenta na Justiça. “É o seguinte, a gente tem uma briga infelizmente judicial pelo Tambaú. Essa briga já se arrasta quatro anos e é um absurdo que aconteceu a gente, que ganhou o leilão. Tiraram o leilão da gente, deram para um cara (Rui Galdino) que não cumpriu absolutamente nada. O leilão anterior era R$ 40 milhões (valor do lance que arrematou), ele pegou e fez uma petição dizendo que custava R$ 15 milhões e pronto. Obviamente que o juiz não aceitou, a massa falida não aceitou, ninguém aceitou”.
“Ele (Galdino) apelou para uma desembargadora na Justiça do Rio de Janeiro – a desembargadora do Tribunal de Justiça do Ceará, Marília de Castro Neves Vieira, da 20ª Câmara Cível -, que também não aceitou. Depois teve o nosso leilão, ele entrou contestando, contando coisas absurdas. O promotor estava presente, o leiloeiro e o administrador da massa falida, que atestaram a legalidade do processo, aí, tudo chegou nessa mesma desembargadora que já tinha negado e ela mudou toda decisão, anulou o nosso leilão e deu provimento ao leilão anterior”.
De acordo com Gaspar, Rui Galdino arrumou um sócio de Brasília e que depois entrou em sociedade com André Amaral, que é suplente de senador, “e aí a gente continuou obviamente brigando pelos nossos direitos e agora está no STJ. A gente já teve o relator a nosso favor e está esperando o julgamento de um outro ministro acontecer, mas, pela pressão que eu tenho visto dos próprios paraibanos sobre isso, eu acho, talvez, essa decisão saia ainda no primeiro semestre desse ano, mas aí parece que volta ainda pro Rio de Janeiro, para essa desembargadora reformar a decisão absurda que ela deu”.
Paraibanos “torcem” para o grupo do Rio Grande do Norte
Na opinião de Gaspar, a maioria dos paraibanos gostaria que o Hotel Tambaú ficasse nas mãos do grupo potiguar. “A maioria deles sabe quem somos nós e sabe quem é o outro lado. Então, assim a gente sabe que todos, a maioria obviamente, não 100%,mas a maioria torcendo por nós”.
O empresário confessou que não gosta de falar em público sobre a disputa do Hotel Tambaú. “Eu nunca falei em público e nunca gostei de falar em público sobre esse assunto, mas às vezes a gente também não consegue se controlar né, porque é um absurdo tão grande e eu fico vendo do lado de cá, como se a gente fosse que estivesse prejudicando (a reabertura do Tambaú). Na verdade é o contrário, são eles que estão prejudicando o próprio hotel, a própria Paraíbao, enfatizou.
Gaspar deu como exemplo a rapidez da Justiça Trabalhista do Rio Grande do Norte em relação a um leilão de outro hotel, desta vez em Natal (RN), na Via Costeira.
“O que aconteceu aqui, a gente tirou no leilão também a Justiça do Trabalho que, inclusive eu gostaria de parabenizar de público a Justiça pela velocidade que deram ao processo. Na verdade, a gente foi segundo lugar (no leilão). O primeiro lugar eram um fake. Rapidamente eles viram que o Fake não depositou dinheiro e chamou o segundo lugar. Já em julho, a gente estava com a carta de arrematação do hotel, em agosto a gente começou a obra em agosto 2023 e entregamos o Costeira Palace Beach Resort All Inclusive para cidade de Natal em primeiro de fevereiro de 2025. Em aproximadamente um ano e seis meses a gente entregou para cidade”.
No caso do Hotel Tambaú, o empresário reforçou que o grupo arrematou o empreendimento em fevereiro de 2021 – há quatro anos – e que já era para estar operando “há muito tempo” se não tivesse tido esse problema todo judicial. O Hotel Tambaú já estaria até funcionando. É uma pena”.
Fábio Cardoso – Fotos: Reprodução Internet