Morte do guerreiro Land Seixas coloca em risco de extinção o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba?

Destaque Fábio Cardoso

Sempre se dizia nas redações dos veículos de comunicação da Paraíba que Land Seixas queria se perpetuar como presidente do Sindicado dos Jornalistas e, pior, sem ser jornalista de formação. Ao longo dos anos, o guerreiro Land se formou em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, em 2019, e permanecia no cargo de presidente por puro desinteresse da maioria esmagadora dos jornalistas em assumir tamanho desafio de defender uma categoria tão castigada e desvalorizada.

Conheci Land durante o movimento sindical e fiquei mais próximo durante a primeira, única e corajosa greve dos jornalistas da Paraíba, que resultou em demissão em massa assim que foi encerrada. Estava na lista dos demitidos do então Jornal O Momento. Também fui delegado diversas vezes representando o sindicato nos encontros nacionais de jornalistas, sempre ao lado e com respaldo desse guerreiro.

Land teve uma participação marcante no processo de diálogo com as empresas e sempre ouviu os amigos. Nunca teve postura arrogante e, ao contrário, procurava ser amigo de todos. Por conta do cargo, é verdade, teve que se afastar das redações por muito tempo, mas nunca deixou de ser uma pessoa presente e, principalmente, respeitada. Também foi um guerreiro durante a pandemia da Covid-19, quando, em especial, o Jornal Correio da Paraíba fechou as portas da redação do jornal impresso e demitiu mais de 200 funcionários, inclusive da gráfica. Foi o orientador, junto com o setor jurídico do sindicato, nas tratativas das negociações com a empresa, que até hoje não foram encerradas.

A morte desse guerreiro, ocorrida no final da noite deste domingo (09), aos 74 anos, fecha um ciclo importante de sua trajetória à frente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba. Morreu deixando o sindicato nas mãos dos jornalistas Jorge Galdino de Almeida, da cidade de Sapé, e Antônio Ferreira Nunes, de Campina Grande, e, certamente, aliviado por saber que o seu legado será perpetuado.

Cabe agora aos novos dirigentes continuar essa luta. Temo pela continuidade e a sobrevivência do sindicato que Land tanto lutou para mantê-lo ativo com pouquíssimos auxiliares, até mesmo aqueles que se propuseram a integrar as chapas encabeçadas por ele. Sabe-se lá os motivos.

Land estava internado no Hospital Metropolitano e sofreu complicações durante um procedimento de hemodiálise. Conforme boletim médico, ele teve uma parada cárdiorrespiratória e não conseguiu reagir. O velório será realizado na Morada da Paz e o sepultamento acontece amanhã, dia 11, às 11h, no cemitério Senhor da Boa Sentença.

Fábio Cardoso