Ministra da Cultura entrega biojoia produzida pelas Sereias da Penha ao Papa Francisco, no Vaticano

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A Ministra da Cultura, Margareth Menezes, presenteou o Papa Francisco, no Vaticano, com uma biojoia produzida pelas Sereias da Penha, projeto apoiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties). O presente ‘Flor da Alcachofra’, assinado pela artesã Teresa Júlio, foi adquirido durante uma visita da ministra ao Salão do Artesanato Paraibano, em junho deste ano.

O “Sereias da Penha” foi um dos projetos finalistas da Expo Favela Innovation Paraíba, que recebeu R$ 40 mil do Governo do Estado para desenvolver a iniciativa e mais quatro meses de mentoria e acompanhamento com a equipe do Programa Parque Tecnológico Horizontes de Inovação (PTHI), da Secties.

De acordo com o secretário Claudio Furtado, a passagem do projeto pela Expo Favela e pela mentoria do Parque demonstra a “força dos empreendimentos de favela, ou seja, de como a inovação pode ser muito forte em diversos espaços. Isso se reflete em, hoje, a Paraíba tendo um produto sendo entregue ao Papa, de uma empresa que foi apoiada pelo PTHI”.

Para Aline Gouveia, representante das Sereias da Penha, o período de incubação foi de suma importância e transformador. “Nós aprendemos muita coisa, foi muito importante, mudou a nossa vida. São mulheres ribeirinhas que não viam algo para se fazer e hoje conseguem fazer arte através desse projeto tão bonito. Não somos só sereias, nosso nome é resistência”, disse.

Ainda de acordo com Aline, o investimento adquirido através da ação na Expo Favela, somado às orientações recebidas durante o período no PTHI, vai viabilizar uma loja-trailer, que vai disponibilizar os produtos para os turistas.

O projeto “Sereias da Penha” é desenvolvido na Praia da Penha, em João Pessoa, com mulheres artesãs produtoras de biojoias. Esse tipo de produto utiliza matéria-prima sustentável e, no caso desse projeto em específico, é feito com matérias que vêm do mar. A peça dada ao Papa Francisco é produzida com escamas de peixe. A tipologia com esse material é própria do Nordeste brasileiro e em breve estará no Salon Ob’Art Plaine Commune, em Paris, representando a Paraíba.

A produção de biojoias pode ser considerada como uma representação da inovação – e até mesmo tecnologia – presente no artesanato paraibano. O uso dessas frentes para o desenvolvimento de materiais sustentáveis e conscientes coloca a Paraíba em um patamar que agrega valor econômico, cultural e de inovação.

Programa de Incubação Parque Tecnológico Horizontes de Inovação – foi criado para abrigar empresas que desenvolvam produtos e serviços para os quais a tecnologia seja o principal mecanismo mobilizador e que tenham as demandas sociais como referências principais para as suas atividades. As empresas, aqui incubadas recebem, por tempo determinado, apoio técnico, suporte e consultorias para que possam desenvolver seus produtos com a necessária qualidade.

Em sua conta no Instagram, a ministra relatou no momento de oração ao lado do Papa e afirmou que entregou a biojoia, “que representa sustentabilidade e empoderamento feminino, feita pelo Sereias da Penha, um grupo de mulheres artesãs de uma comunidade pesqueira de João Pessoa, na Paraíba. E recebi dele uma medalha pontifícia, que é dada em reconhecimento a serviços prestados à Igreja, à humanidade, ou à promoção de valores cristãos. Foi muito emocionante esse encontro!”.

Sereias da Penha – é um empreendimento que se preocupa com o desenvolvimento sustentável e consciente, por meio do reaproveitamento de todas as partes dos animais marinhos, que antes eram descartados, como as escamas, as espinhas e até mesmo as barbatanas. Com tais materiais, as Sereias da Penha agregam valor econômico, com a confecção de peças decorativas, joias, objetos de arte e muito mais.

Assessoria de imprensa