Rota Cultural Caminhos do Frio é aberta em Areia e seguirá por 10 cidades da Paraíba até setembro

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Começou na noite desta segunda-feira (01) a 19ª edição da Rota Cultural Caminhos do Frio, evento cultural que reúne 10 municípios do Brejo da Paraíba, que, este ano, celebra o Movimento Armorial – em homenagem ao seu criador, o escritos paraibano Ariano Suasuna – e as belezas do interior do estado. Areia é a protagonista da abertura do calendário, que será encerrado no dia 08 de setembro em Alagoa Nova. O projeto cultural, conforme o presidente do Fórum Turístico do Brejo paraibano, Jaime Sousa, é o maior do Planeta em tempo de duração, com 70 dias de atividades culturais ininterruptas.

A programação do Caminhos do Frio segue um roteiro de oficinas, debates, degustação de comidas típicas e comercialização de artesanato, com duas novidades nesta edição. O evento terá Festival Gastronômico e Rota pelas Igrejas, com apresentações culturais com artistas locais. A intenção é reforçar o conhecimento da história das igrejas e, ao mesmo tempo, dedicar um tempo maior para que as pessoas possam conhecer a gastronomia desde o seu preparo até a degustação.

Mas o Caminhos do Frio também movimenta o turismo de experiência e vivência, passando pelos roteiros de abrir a boca e o paladar. Areia tem o título de Capital Paraibana de Cachaça e fazer um roteiro pelos engenhos da cidade – que são muitos –  é algo impensável de não ser feito. A região produz as cachaças mais premiadas do Brasil, tendo já rompido as barreiras internacionais, com o produto chegando nas mesas de europeus e americanos, por exemplo. A cachaça se tornou e transformou a economia da região.

Se você for algum dia para a Areia, seguem algumas dicas que não podem deixar de conhecer. Esse roteiro está no site https://brejoparaibano.com.br/cidades/areia/ . A cidade fica a 120 km de João Pessoa e a 50 km de Campina Grande.

Engenho da Cachaça Triunfo – A Cachaça Triunfo começou em 1994, a partir do sonhos de Antônio Augusto. Apesar de não ser filho de nenhum Senhor de Engenho nem ter os conhecimentos para fabricar cachaça. Vendeu a fazenda e comprou uma pequena moenda e um alambique, foram os primeiros passos.  Ele apostou nos sonhos, enfrentou os desafios, aprendeu sobre cachaça e hoje, a Triunfo vende mais 250 mil garrafas por mês e também exporta. São 69 empregos diretos e mais de 1000 indiretos.

Durante a visitação, o turista conhece todo o processo da produção da cachaça Triunfo, faz a degustação do caldo da cana, sucos, sorvetes de cachaça e conhece a loja de produtos da marca.  O local ainda tem um lago com pedalinhos para passeios com crianças.

O local é aberto para visitações com o horário de funcionamento de segunda à sábado das 8h30 às 12h e das 13h30 às 17h. Aos domingos apenas pela manhã.

Endereço: Sítio Macaíba, S/N, Zona Rural de Areia
Contato: (83) 99981-7728
www.cachacatriunfo.com.br
Facebook: cachacatriunfooficial

Engenho Várzea do Coaty – Existe desde 2008 e está localizado na zona rural de Areia, distrito de Santa Maria. Um espaço com história e regionalidade. A Casa Grande é de 1920 com arquitetura inglesa e uma das primeiras casas construídas com cimento. Outra característica peculiar é que o equipamento turístico ainda possui o quarto do caritó, dedicado à moças virgens que não casaram ainda jovens e que deu origem à expressão “ficou para o caritó”, com origem o século XVI. O piso de ladrilho da Casa Grande é original, assim como as paredes largas, característica das construções da época. A visita é acompanhada por um guia que conta as histórias que envolvem a família e o atrativo.

A Várzea do Coaty abriga ainda um restaurante regional que oferece forró pé-de-serra e pratos diferenciados, como: Gratinado ao Sol da Várzea (carne de sol, creme branco e banana grelhados ao forno) desenvolvido para o projeto Saberes e Sabores. As sobremesas também são naturais com doces caseiros de frutas da época e ainda de leite, produzido a partir dos animais da propriedade. Os alimentos consumidos no restaurante também são oriundos de famílias da região que atuam na agricultura familiar.

Endereço: Distrito de Santa Maria, zona rural de Areia
Contato: 9.8817-7803
Horário de atendimento: 100% por agendamento todos os dias.
Facebook: @EngenhoVarzeaDoCoaty
Instagram: @varzea_docoaty

Casa Pedro Américo – O museu existe desde 1943. Nele, o visitante visualiza a obra original única “Cristo Morto” de 1901 e as réplicas do pintor e escritor areiense Pedro Américo: “O grito do Ipiranga” (obra original se encontra no museu do Ipiranga em São Paulo) e a “Batalha do Havaí” (que retrata a guerra do Paraguai, obra original está no museu das Belas Artes, no Rio de Janeiro).

O Museu abriga ainda os esboços originais feitos pelo artista quando ainda era criança e adolescente, além de fotos de Pedro Américo e seus familiares. O Museu está entre os atrativos mais movimentados de Areia pelo peso histórico que ele representa. O local foi o local onde nasceu o escritor, em 1843 e teve sua fundação em comemoração ao seu centenário, em 1943. Pedro Américo seguia as tendências do Romantismo no Brasil, período em que os artistas buscavam valorizar o nacionalismo, retratando fatos históricos importantes contribuindo para a formação de uma identidade nacional.

Horário de funcionamento: das 8h às 18h – todos os dias com taxa de visitação meia e inteira.
Endereço: Rua Pedro Américo, 66
Contato: 83 9.8871-9983 / 3362-2288

Praça Ministro José Américo de Almeida – Praça construída em 1980 em homenagem ao escritor, político e ministro José Américo de Almeida, autor de obras como: A bagaceira é responsável por trazer à Paraíba a Primeira Instituição de Ensino Superior do estado.

Casarão José Rufino de Almeida – Construído em 1818 pelo português Francisco Jorge Torres, entrar no casarão é uma viagem no tempo. O prédio foi primeiro sobrado construído na Vila Real de Areia e é reconhecido como a única senzala urbana da Paraíba. O prédio preserva a estrutura original das paredes e arquitetura, e mesmo com a restauração, com réplicas do assoalho e alguns outros espaços como: varandas, o casarão não perde seu encanto.  No térreo, funcionava o comércio de vários produtos, desde a seda à fumo de rolo. No primeiro andar, morava a família do português e na área de trás da casa, está localizada a senzala com 12 cubículos medindo 2m40 x 2m40 cada, onde abrigava entre 8 e 12 negros homens e mulheres. No centro dele, estava instaurado o pelourinho, onde os negros eram penalizados com torturas para servir de exemplo para outros. O casarão é possível ver, abaixo do telhado, a formação das eiras, beiras e tribeiras. Essa arquitetura representava à sociedade o nível econômico da família, quanto mais eiras a família tivesse, mais rica seria, daí de onde vem a expressão “fulano não tem eira e nem beira”.

Atualmente, o Casarão é o maior ponto de visitação na arte histórica de Areia. O espaço faz homenagem a homens e mulheres que contribuíram para o desenvolvimento econômico, político, religioso, social e cultural da Paraíba. Os cubículos (6 unidades na área térrea e outros 6 no 1º andar) hoje, servem como bibliotecas que abrigam livros que abordam a história da Paraíba e do Brasil.  Areia foi a primeira cidade do Brasil a libertar os escravos dez dias antes da oficialização da lei áurea, em 3 de maio de 1888.

Endereço: Praça Pedro Américo e Praça João Pessoa
Contato: (83) 3362-2288 / 9.8854-6034
direcultareia@gmail.com
Facebook: Secretaria de Cultura de Areia
Horário de Funcionamento: das 8h às 17hs. Todos os dias.

Budega do Vavá – A Budega do Vavá existe desde 1970 e iniciou com Valfredo Chianca, conhecido com seu Vavá. Até quando esteve sob sua administração, o comércio tradicional era mais um espaço de vendas de diversos tipos de produtos. Com sua morte, em 2013, o filho caçula assumiu o comércio se tornando o 6º bodegueiro mais antigo de Areia. João de Menezes mantém o nome Budega do vavá mas muda o conceito do comércio e o transforma em ponto turístico da cidade, sendo hoje um espaço onde estão concentradas todas as cachaças artesanais da Paraíba, além de doces, rapaduras e mel de engenho.

O grande diferencial da Budega do Vavá é a variedade de licores feitos à base de cachaça e cachaças saborizadas produzidas por ele, entre as mais exóticas estão: rapadura com pimenta, a descontrolada (cachaça com raízes), orvalho da serra (cravo, cana de açúcar em pedaços, gengibre e jenipapo).

As cachaças que saem da bodega são rotuladas como “dona birita” e são vendidos mais de 500 litros de cachaça por mês, segundo João de Menezes. Ele reforça ainda que todo turista que entra na Budega deve provar as iguarias num penico, no caneco ou numa cabaça.

Endereço: Rua Getúlio Vargas, 123
Contato: (83) 9.9959-6132 / João de Menezes
Horário de funcionamento:  das 8h às 18h todos os dias
Instagram: @budega_do_vava
Facebook: Budega Do Vavá

Confira as datas e as próximas cidades do Caminhos do Frio
• Pilões: 8 a 14 de julho
• Matinhas: 15 a 21 de julho
• Solânea: 22 a 28 de julho
• Serraria: 29 de julho a 4 de agosto
• Borborema: 5 a 11 de agosto
• Remígio: 12 a 18 de agosto
• Bananeiras: 19 a 25 de agosto
• Alagoa Grande: 26 de agosto a 1 de setembro
• Alagoa Nova: 2 a 8 de setembro

Fábio Cardoso – Com site do Brejo