Crescimento de Gramado (RS) causa problemas de mobilidade, moradia e esgotamento sanitário

Brasil Fábio Cardoso

Gramado (RS), localizado na Serra Gaúcha, pode ser considerada um case de sucesso no Turismo brasileiro. A cidade gaúcha recebe anualmente cerca de 6,5 milhões de turistas e movimenta R$ 1,5 bilhão na economia local, o que representa 86% do Produto Interno Bruto (PIB). Além da indústria turística, Gramado conta com mais de 100 empresas do setor moveleiro, fábricas de chocolate, malharias e construção civil. A população é de pouco mais de 36,5 mil habitantes e a maioria trabalha no setor de serviços, em especial, no turismo.

Esses números poderiam fazer de Gramado um sonho para qualquer administrador, mas, em conversa com Nestor Tissot, atual prefeito, nem tudo são rosas. Ele admite que tem enfrentado muitos problemas de infraestrutura decorrente do crescimento das atividades relacionadas ao turismo. Porém, como afirmou. são “problemas bons”, de uma cidade que está em franca expansão, gerando empregos e renda.

Tissot elencou alguns gargalos aos quais a prefeitura está atenta: mobilidade urbana, esgotamento sanitário, água, moradias e mão de obra especializada. Todos, segundo ele, estão tendo atenção especial e são temas debatidos diariamente pela administração, em cada secretaria.

“Hoje nós estamos com alguns problemas estruturais, não sei se é um problema ruim, acho que não, mas temos problema de mobilidade sério. A cidade é pequena, não tem como se expandir. É um problema constante e como é que iremos equilibrar tudo isso? Como é que iremos corrigir os problemas de mobilidade, de água, esgotamento sanitário, moradia, porque, todo o sistema de turismo precisa de mão de obra em alta escala e essa mão de obra vem se agrupando e precisamos de saúde, moradia…”, pontuou o prefeito.

“Olha como é engraçado. Lá atrás, há alguns anos, havia a preocupação grande de equilibrar o turismo em Gramado, porque havia época em que o movimento estava muito baixo e, nas épocas boas, ainda não era aquela movimentação extraordinária, aí se criaram ‘n’ alternativas, sugeri aos hotéis que começassem a ser construídos instalassem centros de convenções, a prefeitura criou na área pública alguns eventos que não existiam em épocas de maior sazonalidade, menor movimentação, em consequência, e hoje, passados esses anos, foi colocado isso em prática, e foi crescendo”.

De acordo com Tissot, esses são problemas que vem junto com o crescimento do turismo. “Assim como qualquer atividade, então, estamos preocupados sim. Diariamente a gente se depara com essas situações e temos projetos de mobilidade, tirando o anel viário, tirando alguns serviços públicos do centro da cidade, tirando o hospital e colocando em outra área. Além do problema de mobilidade, temos o de moradia muito grande, de mão de obra. Eu vejo que a cada dia vem novos investimentos para cá. De qualquer forma, eu acho que ainda é um problema bom para se resolver.”

Fábio Cardoso