O presidente da Abear – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, Eduardo Sanovicz, afirmou que o setor de aviação comercial no país vive um momento gravíssimo em decorrência da elevação dos custos do transporte de passageiros. Sanovicz participou, nesta sexta-feira (06), do Summit MICE, evento promovido em João Pessoa paralelo à Expo Turismo Paraíba, que será encerrada neste sábado (07), pelo Sebrae, João Pessoa Convention & Visitors Bureau, Governo da Paraíba, Secretaria de Turismo de João Pessoa e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande.
Durante o debate, que discutiu a crise causada pelo aumento de custos na aviação, Sanovicz disse que a Abear tem procurado conversar com o Governo Federal para encontrar uma solução para diversos gargalos, antigos e atuais, aos quais o setor vem convivendo. A entidade sugeriu a criação de um fórum permanente de diálogo para discutir, entre vários pontos, o processo de precificação das passagens aéreas.
Na opinião dele, os preços das passagens saíram totalmente do controle, com elevação proibitiva para o mercado e que têm impactado de forma negativa na contabilidade das companhias aéreas. Essa alta, afirmou Sanovicz, não é fruto apenas da elevação do preço do combustível de aviação, e nem mesmo da oscilação do câmbio em decorrência da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O problema é muito mais antigo e que tem colocado em xeque mate até mesmo a existência das companhias aéreas brasileiras.
Um dos pontos que podem minimizar de forma decisiva esse ciclo de aumentos exorbitantes, seria o governo federal deixar de vincular o combustível de aviação ao dólar. O Brasil, disse Sanovicz, produz 89% de querosene, por outro lado, importa 95% deste produto. “O Brasil é o único país no mundo que cobra ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviço) sobre o combustível de aviação”, criticou o presidente da Abear.
A Abear e empresas aéreas já se reuniram com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira; da Economia, Paulo Guedes; e da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Os encontros aconteceram no dia 11 de abril.
Sanovicz revelou que o setor vem se recuperando com a flexibilização social, com a redução dos casos de internações e óbitos e o processo de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Na Paraíba, a malha aérea chegou a 83% do período antes da pandemia. Há expectativa de chegar a 100% até o final do ano, mas ainda dependendo de alguns movimentos da economia.
O presidente da Abear participou do painel de forma online, que foi mediado pelo secretário de Turismo e Desenvolvimento da Paraíba, Rômulo Polari Filho; e contou com a participação de Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais da AENA Brasil; e Rodrigo Pinto, presidente da ABIH-PB (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, seccional Paraíba).
Fábio Cardoso
