Joana Lira expõe “Quando a vida é uma euforia” no Cais do Sertão

Eventos Culturais

“Quando a vida é uma euforia” traz obras da artista gráfica Joana Lira desenvolvidas ao longo de dez anos de sua participação no projeto de intervenção urbana da cenografia do carnaval do Recife. Com curadoria de Mamé Shimabukuro, após passar pelo Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, a exposição chega ao Centro Cultural Cais do Sertão entre 15 de janeiro e 17 de março de 2019, mostrando recortes da criação desenvolvida para os dias de folia na capital pernambucana.

A artista criou uma nova maneira de olhar para o legado de suas raízes culturais pernambucanas com a missão de dar novo significado à decoração nas ruas e complementar o brilho do carnaval, onde seu universo dialoga entre tradição e modernidade, centro e periferia. Ao ressignificar a cenografia da festa, entre 2001 a 2011, Joana Lira apresentou uma nova identidade visual para a logomarca e estabeleceu uma nova estruturação e integração dos foliões com o Recife.

Com produção de Carla Valença, da Relicário, a exposição irá ocupar a Sala São Francisco e o Espaço Umbuzeiro do Centro Cultural Cais do Sertão em cinco núcleos com as inspirações e o processo criativo da artista em uma síntese simbólica de vida e suas experiências, indo das memórias de Pertencimento à Manifestação do carnaval. É aqui onde uma das salas vai trazer as sensações do carnaval ao visitante através de imagens e sons, onde cada um sai do lugar de contemplação para começar a sentir a festa pulsando dentro de si.

No núcleo Pertencimento, estão não apenas registros que revivem a vida da artista, como ainda textos, fotos e vídeos que fizeram parte de sua formação. Junto a eles estão exemplos de obras de artistas que foram homenageados nos carnavais em que Joana Lira esteve à frente do trabalho de decoração e iconografia, a exemplo dos mestres Ariano Suassuna, Lula Cardoso Ayres, Abelardo da Hora, Cícero Dias, Vicente do Rego Monteiro e Tereza Costa Rêgo.


Joana Lira, designer em seu ateliê, Vila Madalena, Sao Paulo, Brasil

Mamé Shimabukuro conhece Joana Lira desde 1997, e desde 2004 trabalham no mesmo ateliê. “Assim que nos conhecemos, logo achei interessante e forte os trabalhos de Joana e pude acompanhar essa transformação de perto. Dos Bichos Aloprados, com cores terrosas e quadros pequenos ao pulo para o imenso projeto do Carnaval, mudando de escala, cores e suportes. A partir de 2012, ao receber o convite para fazer a curadoria comecei a me aprofundar na arte de Joana, mergulhando tanto no universo da artista como no universo do carnaval pernambucano. Foi quando vi o quanto o trabalho de Joana reflete sua memória e até hoje alimenta sua alma carnavalesca, e vivências tão atuais”, conta.

Mamé já trabalhou como uma das curadoras do primeiro laboratório de curadoria do MAM e na curadoria do projeto Trans Forma Ação, além de ter realizado algumas exposições individuais de artistas plásticos como Lucio Carvalho, Renato Imbroisi, Danilo Blanco, entre outros.

“Levar um recorte de 10 anos destas intervenções urbanas realizadas para o período do Momo, para um espaço expositivo, é uma forma de refletir e fantasiar a própria condição estética de uma festa popular, buscando reflexão das culturas, das escalas das quais temos experiências em nosso deslocar”, conta Mamé Shimabukuro. “A amostra busca uma tonalidade experiencial com situações imersivas e documentais sobre as histórias e personagens deste carnaval”

Em paralelo à exposição, “Quando a vida é uma euforia” terá ações educativas a partir da interlocução poética do carnaval e as obras de Joana Lira com experiências vivenciadas pelo público nas ruas do Bairro do Recife, onde o carnaval atinge sua apoteose. Esta é uma forma de dialogar entre a poética visual e a linguagem traduzida das manifestações populares em espaços públicos.

O Museu Luiz Gonzaga propõe a interatividade dos visitantes com objetos do universo sertanejo e representativos da figura do mestre Luiz Gonzaga. O Centro Cultural Cais do Sertão, instalado no antigo Armazém 10 do Porto do Recife, é um local de convivência, diversão e conhecimento, polo gerador de novas ideias e experiências. O Cais traz para a beira mar da capital do Estado um pouco do solo rico e generoso da cultura popular do Sertão. Em 2018, o equipamento ganhou uma nova etapa que conta auditório multiuso com 232 lugares, espaço para exposições temporárias, jardim suspenso, um bar/café no térreo e um restaurante na cobertura com vista para o mar, para o Porto do Recife e a cidade, além de um luxuoso vão livre de cerca de 60 metros, o segundo maior da América Latina.

Ascom Setur-Empetur-PE

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